As Nações Unidas estudam planos para privatizar a maior parte de seu staff em Nova York ou baratear seu trabalho no estrangeiro. A medida é uma resposta à solicitação dos EUA, seu maior pagador, por reformas no organismo mundial.
A informação foi divulgada neste domingo na edição eletrônica do jornal inglês "The Business.com", segundo o qual, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, já encomendou um estudo de terceirização a ser apresentado à Assembléia Geral e Conselho de Administração, o principal corpo de decisão das Nações Unidas, cujos funcionários distribuem cerca de 200 documentos por dia em seis línguas.
A medida ocorre em um momento no qual as Nações Unidas enfrentam o escândalo dos funcionários acusados de aceitarem subornos do regime de Saddam Hussein no programa Petróleo por Comida.
De acordo com a reportagem, no fim de fevereiro, Annan deve falar sobre as reformas na Assembléia Geral. Um documento interno do organismo, ao qual o "Business" teve acesso, mostra que o secretário-geral incluirá "propostas para terceirizar ou selecionar os processos administrativos - sugerindo que a sede de Nova York reduza a equipe.
Annan está revisando o estudo, preparado pelas firmas americanas de consultoria Epstein & Fass Associates e Faulkner & Associates. O estudo preliminar, ao qual o "Business" também teve acesso, não faz recomendações rígidas. Mas examina três possibilidades de privatização, da mais conservadora a mais radical.
O jornal afirma ainda que o estudo avalia os riscos de uma privatização, especialmente no que diz respeito a guardar informações privilegiadas e interrupção de processos se os novos contratados forem dispensados. O relatório indica ainda que a privatização pode não provocar economia de dinheiro.
"Terceirização não garante custos reduzidos. Depende de fatores de mercado e também de como esta será conduzida", conclui o relatório.