O presidente da Síria, Bashar Assad, prometeu ontem ao emissário internacional de paz Kofi Annan que irá apoiar qualquer iniciativa "honesta" de paz, mas advertiu que o diálogo não irá adiante se os rebeldes continuarem a atacar, informou a mídia estatal síria.
"A Síria está pronta para contribuir para o sucesso de qualquer iniciativa honesta de busca por uma solução para seu conflito interno", disse Assad a Annan, segundo despacho da agência estatal de notícias Sana.
O líder sírio advertiu, no entanto, que "nenhum diálogo ou processo político poderá ter êxito enquanto houver grupos terroristas atuando para semear o caos e desestabilizar o país com ataques a soldados e civis", prossegue a Sana.
Mais cedo, a emissora estatal da televisão síria qualificou como "positiva" a atmosfera da reunião entre Assad e o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Kofi Annan.
Annan está em Damasco com o objetivo de encontrar uma solução negociada para um conflito entre o governo e facções armadas de oposição a Damasco, que começou há um ano e ameaça transformar-se em guerra civil.
A reunião ocorre em um momento no qual grupos de defesa dos direitos humanos reportam bombardeios contra a cidade de Idlib, no nordeste da Síria, e um dia depois de 70 pessoas terem morrido em episódios qualificados como atos de repressão do governo contra dissidentes.
De acordo com cálculos desses grupos, mais de 8,5 mil pessoas já morreram em episódios de violência na Síria desde março do ano passado.
No Cairo, enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, defendeu ontem que a violência na Síria precisa parar "independentemente de onde se origine".
A declaração do chanceler russo foi feita durante um encontro de países árabes no Cairo para discutir o conflito entre forças do governo sírio e facções armadas contrárias a Damasco.
"O mais urgente hoje é que a violência pare, independentemente de onde se origine", declarou Lavrov aos chanceleres árabes.
Por sua vez, o príncipe Saud Faiçal, chanceler da Arábia Saudita, acusou a China e a Rússia de terem "permitido a continuação da brutalidade" do governo de Assad ao vetarem uma resolução no Conselho de Segurança (CS) da ONU condenando a Síria.
Já o xeque Hamad bin Jassim Al-Thani, ministro das Relações Exteriores do Qatar, qualificou como "genocídio" as mortes de civis na Síria e insistiu em que um cessar-fogo é "insuficiente".
Ataques
O encontro entre Anan e Assad não impediu que a violência prosseguisse. Forças sírias bombardearam a cidade de Idlib, no noroeste do país, na fronteira com a Turquia, matando pelo menos 19 pessoas. Ainda ontem, três soldados foram mortos em um ataque de rebeldes contra veículos blindados que tentavam avançar na cidade, segundo o grupo oposicionista Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
"As forças do regime acabaram de invadir Idlib com tanques. Agora está havendo bombardeios pesados", disse um ativista contatado por telefone. Durante a ligação era possível ouvir o ruído de explosões.
Os rebeldes sírios também disseram ter derrubado ontem um helicóptero militar.
Sobre a derrubada do helicóptero, o braço direito do ELS disse que a região tem um pequeno aeroporto onde as aeronaves aterrissam e que, nesse momento, torna-se fácil derrubá-los com fuzis.
Kurdi lembrou que esta não é a primeira vez que os rebeldes conseguem derrubar aeronaves das Forças Armadas sírias. No dia 28 de fevereiro, o ELS anunciou que tinha derrubado três helicópteros do regime na província de Aleppo, perto da fronteira com a Turquia, também por fogo de armas leves.
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