Presidente eleito da Polônia, Bronislaw Komorowski, acena para apoiadores ao lado da esposa| Foto: Reuters

O candidato do primeiro-ministro Donald Tusk venceu a eleição presidencial polonesa, mas o resultado apertado põe em xeque a capacidade do governo para realizar reformas impopulares antes da eleição parlamentar de 2011.

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Bronislaw Komorowski, um conservador moderado ligado ao partido Plataforma Cívica, de Tusk, obteve 53 por cento dos votos no segundo turno da eleição, no domingo. O bom desempenho do seu rival conservador Jaroslaw Kaczynski surpreendeu os analistas.

Apesar do início das férias de verão, o comparecimento às urnas foi de 55,3 por cento do eleitorado, superior ao que foi registrado no primeiro turno, em 20 de junho.

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Analistas dizem que o acirramento da disputa, a iminência de uma eleição local e um pleito parlamentar previsto para 2011 podem fazer com que Tusk seja mais cauteloso na adoção de medidas impopulares.

O banco de investimentos Goldman Sachs disse em nota a seus clientes que a vitória de Komorowski foi "positiva para o mercado." "Entretanto, essas reformas parecem cada vez mais improváveis de acontecerem rapidamente, já que as eleições locais e parlamentares estão se aproximando."

A Polônia enfrenta problemas de déficit, dívida pública e previdência, além de uma crise na saúde pública. Pelo sistema político do país, o presidente pode propor e vetar leis, tem influência sobre a política externa e nomeia ocupantes de cargos importantes.

Kaczynski, que segundo o resultado oficial teve 47 por cento dos votos, tentava suceder ao seu irmão gêmeo, Lech, que morreu em abril num acidente aéreo na Rússia. Como presidente, Lech Kaczynski vetou algumas iniciativas de Tusk.

"Vocês têm todo o poder agora. Mostrem-nos o que podem fazer", foi a manchete, do Fakt, mais popular jornal polonês, referindo-se ao Plataforma Cívica.

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Outros jornais também cobraram reformas, e o Gazeta Wyborcza previu que Tusk vai perder a eleição parlamentar de 2011 se não as fizer.

O zloty, moeda local, registrou na segunda-feira uma ligeira valorização frente ao euro e ao dólar, num sinal de alívio dos mercados com o resultado.

O presidente russo, Dmitry Medvedev, foi um dos primeiros líderes estrangeiros a cumprimentar Komorowski pela vitória. Moscou e Varsóvia vêm tentando reavivar suas relações, especialmente desde o acidente aéreo.

O presidente norte-americano, Barack Obama, também telefonou para o presidente eleito, cumprimentando-o e convidando-o a visitar Washington, segundo a Casa Branca. No sábado, os dois países assinaram um acordo permitindo que os Estados Unidos instalem interceptadores de mísseis em território polonês, apesar das objeções de Moscou.

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