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Tensão entre EUA e Rússia

Kremlin afirma ser “inaceitável o tom de Biden” ao comparar Putin ao Hamas

A declaração de Biden sobre seu homólogo russo, Vladimir Putin, ocorre após visita a Israel nesta quarta-feira (18) (Foto: EFE/JOÉDSON ALVES)

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O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta sexta-feira (20) ser “inaceitável o tom" do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao comparar seu homólogo da Rússia, Vladimir Putin, ao grupo terrorista Hamas, que está em guerra com o Estado de Israel desde o último dia 7.

“Não consideramos aceitável este tom em relação à Federação Russa e ao seu presidente”, disse.

Segundo Peskov, a retórica de Biden durante o pronunciamento na Casa Branca "não é típica de um político responsável".

Em relação às declarações de Washington sobre a necessidade de conter a Rússia, o porta-voz do Kremlin garantiu que estas tentativas foram e serão infrutíferas.

Biden alertou nesta quinta-feira (19) que, caso o Hamas e Putin não pagarem pela dor que causaram em Israel e na Ucrânia, mais “caos” e “destruição” poderão ser desencadeados no mundo.

“A história ensinou-nos que, quando os terroristas não pagam pelo seu terror e os ditadores não pagam pela sua agressão, causam mais caos, morte e destruição”, disse o democrata em discurso no Salão Oval da Casa Branca.

Segundo o presidente americano, “o Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas partilham algo em comum: ambos querem aniquilar completamente as democracias vizinhas”.

Biden disse ainda que o sentido da existência do Hamas, considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, mas não pela Rússia, é aniquilar Israel, enquanto Putin nega à Ucrânia o direito de existir como um Estado independente.

Ajuda militar 

Após uma visita a Israel, nesta quarta-feira (18), o presidente americano anunciou o envio de um pedido "urgente" ao Congresso, solicitando a liberação de ajuda financeira para financiar as "necessidades de segurança nacional" dos EUA e apoiar Israel e a Ucrânia, países aliados da Casa Branca que estão em guerra.

No Congresso dos EUA, os políticos dos partidos Democrata e Republicano apoiam Israel e estão dispostos a prestar mais ajuda militar.

No que diz respeito à Ucrânia, porém, o cenário político é diferente: a maioria dos democratas está unida no apoio a Kiev, mas os republicanos estão divididos.

Grande parte dos republicanos no Senado, especialmente o líder da bancada, Mitch McConnell, apoia a continuação do apoio à Ucrânia em relação à Rússia. Porém, a ala ligada ao ex-presidente Donald Trump se opõe à ação. No final de setembro, essa parcela já utilizou sua influência na Câmara dos Representantes para bloquear a aprovação de mais ajuda ao país.

"Sei que temos as nossas divisões em casa. Temos que superá-las. Não podemos permitir que a política mesquinha e o partidarismo raivoso se interponham no caminho da nossa responsabilidade como uma grande nação", afirmou Biden no pronunciamento desta quinta-feira (19).

Ainda de acordo com o presidente americano, os EUA não podem permitir que "terroristas como o Hamas e tiranos como Putin" avancem.

Os republicanos continuam sem líder na Câmara dos Representantes, onde conseguiram a maioria nas eleições de novembro de 2022.

Não existe uma escolha clara para substituir Kevin McCarthy, que foi destituído da liderança após votação na casa, um acontecimento sem precedentes na história dos EUA.

Diante dessa situação, Biden decidiu associar a ajuda a Israel, que conta com um amplo apoio bipartidário, ao apoio à Ucrânia, em uma tentativa de furar o bloqueio que tem enfrentado até agora dos simpatizantes de Trump na Câmara. (Com agência EFE)

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