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Conflito no Cáucaso

Kremlin confirma assinatura de trégua

O presidente russo, Dmitri Medvedev,durante reunião do Conselho de Segurança de seu país,ontem | Vladimir Rodionov/AFP
O presidente russo, Dmitri Medvedev,durante reunião do Conselho de Segurança de seu país,ontem (Foto: Vladimir Rodionov/AFP)

Um dia depois de o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, assinar um acordo de cessar-fogo, o Kremlin informou que o presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, também assinou o documento que tem por objetivo colocar fim aos combates sobre a região separatista da Ossétia do Sul.

"O presidente informou aos participantes do conselho de segurança da Rússia que havia acabado de assinar o plano de seis pontos", afirmou a porta-voz do Kremlin, Natalia Timakova.

Saakashvili assinou o acordo intermediado pela França na sexta-feira durante a visita da secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice. No mesmo dia, o governo francês havia afirmado que Medvedev assinaria o acordo de cessar-fogo mediado por Paris e retiraria suas tropas da Geórgia. A informação havia sido confirmada pelo escritório do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que conversou com o presidente russo logo após a assinatura do acordo pela Geórgia.

"[Medvedev] confirmou que também assinará o acordo e que a Rússia respeitaria escrupulosamente os compromissos do acordo, de maneira especial os relativos à retirada das forças russas", informou o gabinete de Sarkozy.

Ontem mesmo, o subchefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, general Anatoli Nogovitsin, afirmou que o cessar-fogo com a Geórgia já estava sendo cumprido e que os combates já terminaram.

No entanto, poucas horas após o anúncio de que a Geórgia havia assinado o acordo, o presidente georgiano disse que tanques russos haviam ocupado mais duas cidades no centro de seu país.

A Rússia está sob pressão internacional, liderada pelos EUA, para retirar suas tropas após os confrontos com as forças georgianas no conflito que começou após a tentativa da Geórgia de retomar a região separatista da Ossétia do Sul.

Tropas

Pouco antes da assinatura do acordo por Medvedev ser divulgada, o general Nogovitsin afirmou que as tropas de paz russas não abandonarão as regiões separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia, ambas na Geórgia.

"Nunca renunciaremos à presença de nossas tropas de paz na Ossétia do Sul e na Abkházia. Se renunciássemos agora a cumprir nossas funções, quem garantiria a segurança lá?’, perguntou Nogovitsin durante uma entrevista coletiva.

Segundo o general, a Rússia se ampara no "acordo de 1992 – assinado após o fim da guerra entre Geórgia e Ossétia –, que determina as tarefas das tropas de paz russas nas regiões de conflito".

Quanto às tropas russas atualmente posicionadas em cidades georgianas sob o controle de Tbilisi, Nogovitsin disse que, com a assinatura de um cessar-fogo, agora "existe a possibilidade" de haver uma negociação a respeito.

Tropas russas ainda continuam controlando o porto de Poti e as cidades de Gori, perto da fronteira com a Ossétia do Sul, e de Sennaki e Zugdidi, que ficam a poucos quilômetros da separatista Abkházia.

Além disso, ontem, blindados russos montaram um posto militar na altura da localidade de Caspi, bloqueando o tráfego entre Tbilisi e o norte do país.

Na sexta-feira, o general russo admitiu que, em todas essas localidades foram destruídas as principais instalações militares da Geórgia, inclusive vários navios de guerra que estavam no porto de Poti.

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