O Kremlin não tem informações sobre as causas da morte na prisão do líder opositor, Alexei Navalny, segundo garantiu nesta sexta-feira (16) o porta-voz da presidência da Rússia, Dmitry Peskov, minutos depois de ter sido divulgada a notícia da morte do político.
“Os médicos têm de esclarecer”, disse Peskov, citado pela agência de notícias TASS, depois dos serviços penitenciários confirmarem a morte do conhecido opositor.
Peskov afirmou que o Serviço Penitenciário russo está agora encarregado de realizar as verificações necessárias nestes casos, o que não exige a emissão de instruções adicionais. “Há um conjunto de regras que eles seguem”, comentou.
O porta-voz também confirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, a quem Navalny acusou de ordenar seu envenenamento em 2020, foi informado da morte do opositor.
O Comitê de Instrução da Rússia comunicou nesta sexta (16) que iniciou uma investigação, “de acordo com o procedimento estabelecido por lei”, para apurar as circunstâncias da morte do líder opositor.
Em dezembro do ano passado, Navalny foi transferido de uma prisão na região de Vladimir, a menos de 200 quilômetros de Moscou, para um presídio no Círculo Polar Ártico, perto da cordilheira dos Urais.
A cidade de Jarp, que tem cerca de seis mil habitantes, fica a quase dois mil quilômetros de Moscou ou a cerca de 45 horas de trem da capital russa.
Segundo um de seus colaboradores no exílio, Ivan Zhdanov, a prisão leva o nome de "Lobo Polar" e é considerada uma das mais distantes da civilização em toda a Rússia.