Enquanto se prepara para enterrar as 26 vítimas do atentado suicida contra uma mesquita xiita na sexta-feira, o governo do Kuwait anunciou a prisão do proprietário do veículo usado por um homem-bomba para explodir o templo. O ataque, que ocorreu durante a oração semanal na segunda sexta-feira do mês do Ramadã, foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI). Outras 227 pessoas ficaram feridas no mesmo dia em que ataques na França e na Tunísia foram relacionados a extremistas islâmicos.
O Ministério do Interior informou que agora está a procura do motorista que desapareceu pouco depois da explosão na mesquita de Al-Imam al Sadeq, na capital do emirado. Uma fonte de segurança informou que várias prisões foram feiras para investigar o bombardeio, sem dar mais detalhes.
O governo decretou este sábado dia de luto nacional e colocou as forças de segurança em alerta máximo. No momento do ataque, havia 2 mil pessoas no templo, segundo testemunhas. Esta foi a primeira ação de um homem-bomba contra uma mesquita no país, onde sunitas e xiitas vivem lado a lado aparentemente sem maiores atritos.
Um funeral em massa para a maioria dos mortos será realizado na Grande Mesquita da Cidade do Kuwait. Em um gesto de solidariedade com a comunidade xiita, que representa um terço da população, o templo sunita receberá durante três dias todas as pessoas que quiserem expressar suas condolências.
O emir, o xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, o governo, o parlamento, os partidos políticos e as autoridades religiosas concordaram ao apontar que o ataque tem o objetivo prejudicar a união do país. Um terço dos 1,2 milhões de habitantes do Kuwait são xiitas.
Um dia antes do atentado, o Estado Islâmico pediu a seus seguidores que ampliassem a ofensiva contra cristãos, xiitas e muçulmanos sunitas que estivessem lutando ao lado da coalizão internacional contra o grupo. O porta-voz do EI havia pedido que o Ramadã fosse transformado em “uma época de calamidade para os infiéis”.
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