Fortalecer o Mercosul como bloco, mas permitir que cada sócio possa fazer acordos bilaterais. Esse foi o tom do primeiro discurso de Luis Lacalle Pou como presidente do Uruguai. Com uma América do Sul dividida entre governos de esquerda e direita, Lacalle Pou adotou um discurso conciliador, ao defender que “se deixarmos de lado as questões ideológicas, o continente vai se fortalecer internacionalmente”.
Jair Bolsonaro foi um dos seis chefes de estado que acompanharam a cerimônia de posse no Palácio Legislativo, em Montevidéu. Além do brasileiro (que por diversas vezes recebeu destaque na transmissão oficial, principalmente quando Lacalle Pou falava sobre a política internacional) compareceram à cerimônia de posse os presidentes do Chile, Paraguai, Colômbia, Bangladesh e o rei da Espanha.
Apesar de ser um político de centro-direita, Lacalle Pou usou boa parte dos 30 minutos de discurso, para enfatizar como prioridade do governo resolver as questões sociais do país. Equacionar o problema de quase 200 mil uruguaios que não possuem moradia, combater a alta taxa de desemprego e melhorar o sistema educacional foram pontos destacados pelo novo presidente uruguaio. “A falta de bons resultados educacionais se converte rapidamente em problemas sociais. Quem não acessa a educação com qualidade, não terá oportunidade de chegar ao mercado de trabalho”, afirmou durante pronunciamento.
A economia uruguaia também foi tema do discurso de posse. Prometendo fazer uma política econômica de austeridade para combater o déficit fiscal, Lacalle Pou falou ainda em recuperar a competitividade da indústria nacional, apoiar as micros, pequenas e médias empresas e promover uma abertura de mercado.
Por último, falou em promover uma coalizão interna. Numa eleição vencida com diferença inferior a 2% de votos (50,79% de Lacalle Pou contra 49,21% do oponente Daniel Martínez), o novo presidente uruguaio enfatizou: “não se trata de falar em terra arrasada. Por isso estamos aqui para continuar o que está bom e corrigir o que está errado”.
A cerimônia de posse seguirá na Plaza Independência, onde a população estará presente para ver a entrega da faixa presidencial.