As relações diplomáticas mais problemáticas do Paquistão melhoraram nos últimos meses, disse a mais alta autoridade diplomática paquistanesa no sábado (05), destacando como provas as negociações comerciais com Nova Déli e um amplo acordo sobre metas de segurança regionais com Washington. A ministra das Relações Exteriores do país, Hina Rabbani Khar, em uma entrevista exclusiva à Reuters, disse que as negociações para normalizar o comércio com a Índia iriam permitir o progresso em outras questões entre os dois rivais nucleares sul-asiáticos. "Acho que está amplamente aceito que precisamos fazer algum progresso simultâneo nestas outras questões", disse. O comércio sempre foi ligado a questões políticas entre os vizinhos, que já lutaram três guerras desde a independência frente à Grã-Bretanha em 1947. A esperança é que um aumento no comércio gere maior confiança entre os dois países e os ajude a resolver importantes questões, como a disputa pela região da Caxemira, embora uma solução para este problema tenha se mostrado intratável há décadas. Ela negou veementemente que o Paquistão não esteja comprometido em finalizar o status de Nação Mais Favorecida (MFN) para a Índia, como foi alegado por uma autoridade do governo indiano na sexta-feira, que disse que Islamabad estava "voltando atrás" na questão por causa da oposição interna no país. "Não há absolutamente nenhuma questão de retrocesso da aprovação do gabinete da normalização comercial com a Índia", disse ela. "Quero refutar completamente qualquer indício de que haja uma retração no que nós dissemos". O Paquistão disse que iria elevar a Índia para o status de nação mais favorecida na quarta-feira, uma medida que ajudaria a normalizar as relações comerciais porque traria um fim a pesadas restrições sobre as exportações indianas na fronteira. Khar disse que os secretários de comércio dos dois países iriam se reunir em meados de novembro para fechar os detalhes do acordo comercial, mas que não havia falta de compromisso com o próprio acordo. O primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani também rejeitou as acusações de retração nos comentários a jornalistas em Lahore no sábado. Menos de um por cento da exportação de mercadorias da Índia é vendida ao Paquistão, em termos de valor em dólares, mas em setembro um comunicado conjunto prometeu dobrar o fluxo comercial bilateral dentro de três anos para cerca de 6 bilhões de dólares. Uma paz duradoura entre os dois países é vista como vital para a estabilidade na região e para ajudar em uma transição problemática no Afeganistão. Khar disse que as relações com os EUA também estavam sendo recuperadas, com "uma convergência completa de interesses declarados" sobre o Afeganistão. "Nada nos faria mais felizes do que um governo forte no Afeganistão", disse ela. "Olhando para as últimas semanas, as relações com os Estados Unidos foram em geral positivas. Basicamente, restam apenas detalhes operacionais para discutir".
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