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França

Le Pen denuncia grande aliança dos que pretendem “manter o poder contra o povo”

Marine Le Pen busca alcançar o poder na França com seu partido Reagrupamento Nacional (RN) (Foto: EFE/Rodrigo Jiménez)

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A líder da direita nacionalista da França, Marine Le Pen, denunciou nesta quinta-feira (4) a existência de uma “grande coalizão” entre aqueles que buscam impedir que seu partido obtenha a maioria absoluta nas eleições legislativas do próximo domingo (7), e que atribui aos que “querem preservar o poder contra a vontade do povo".

Em uma entrevista à emissora BFMTV, Le Pen declarou que esta grande aliança que reuniria forças da esquerda e da direita “é o grande sonho do (presidente francês) Emmanuel Macron, o partido único”.

No Conselho de Ministros desta quarta-feira (3), o presidente francês referiu-se à hipótese dessa coalizão depois da renúncia massiva de quase 220 candidatos da esquerda e do bloco macronista para impedir a vitória por maioria absoluta do direitista Reagrupamento Nacional (RN) com seus aliados conservadores.

No entanto, Macron quis deixar claro que estas renúncias, que buscam concentrar votos em candidatos que possam derrotar os do RN, “não significam governar amanhã com a LFI”, em referência ao partido de esquerda A França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon, com quem vem se confrontando intensamente nos últimos anos.

Le Pen, por sua vez, insistiu na sua estratégia de apresentar o segundo turno como uma batalha entre o seu campo e todos os outros, sob a influência de Mélenchon, a quem usa como espantalho.

Segundo sua versão, esta “grande coalizão” é uma “aliança contra a natureza” que “aplicaria o programa de Jean-Luc Mélenchon” e que significaria “a supressão da propriedade privada, a legalização dos (imigrantes) clandestinos e a União Soviética econômica”.

Questionado sobre as declarações do pai de Macron, que disse que o filho já estava ponderando a possibilidade de convocar eleições antecipadas há dois meses, ou seja, muito antes das eleições europeias de 9 de junho, que foram a razão apresentada pelo presidente, Le Pen disse isso sugere "outra hipótese" sobre as verdadeiras razões.

Especificamente, que Macron decidiu dissolver a Assembleia Nacional e regressar às urnas porque sabe que a situação das contas públicas francesas “é mais catastrófica do que os números que conhecemos”.

Le Pen fez assim uma alusão ao que tem sido um dos argumentos de campanha do seu candidato a primeiro-ministro, Jordan Bardella, de que o governo esconde a gravidade da situação, depois de o déficit público no ano passado ter disparado para 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), muito acima do previsto pelo Executivo.

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