O candidato ultradireitista à presidência da França Jean-Marie Le Pen voltou a investir no eleitorado radical ao declarar, numa virulenta entrevista publicada na quarta-feira, que as raças não são todas iguais.

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Le Pen recentemente tentou se desvencilhar da sua imagem racista para atrair novos eleitores para a votação de 22 de abril. Mas isso não aconteceu, e o veterano xenófobo ainda viu seus adversários endurecerem seus discursos sobre imigração e segurança, avançando sobre o tradicional eleitoral "lepenista."

Na entrevista ao "Le Monde", Le Pen parece retomar o velho estilo. "Um velho não é igual a um jovem, uma pessoa com uma perna só não é um astro dançarino. Não se pode contestar a desigualdade das raças, o que eu demonstrei quando digo que é óbvio que os negros são muito melhores que os brancos em corridas, mas que os brancos são melhores em natação."

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Le Pen diz não ser racista, mas já foi condenado e multado por incitar ao ódio racial na década de 1990. Em 2002, suas propostas antiimigração o levaram ao segundo turno da eleição presidencial, deixando para trás o candidato do tradicional Partido Socialista.

Desta vez, o favorito Nicolas Sarkozy, um conservador relativamente mais moderado, corteja deliberadamente o eleitorado de Le Pen, adotando uma linha-dura em questões de criminalidade e imigração.

A socialista Ségolène Royal, em segundo lugar nas pesquisas, também surpreendeu seu partido com sua ênfase nas questões de segurança pública e ao se apresentar como mãe da nação e pedir que todas as famílias francesas hasteassem a bandeira nacional em feriados.

Le Pen aparece em quarto lugar nas pesquisas, atrás do centrista François Bayrou, mas parece ter se beneficiado dos confrontos da semana passada entre policiais e jovens em uma estação de trem de Paris.

O incidente o permitiu estabelecer uma relação com os distúrbios de 2005, protagonizado por jovens de origem imigrante, moradores de subúrbios pobres.

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Na entrevista ao Le Monde, ele afirmou que aqueles confrontos envolveram 0,5% da população francesa. "E o resto, os 99,5%, sofrem."

Ele repetiu seu mantra de que a solução para os problemas nos subúrbios seria a "imigração zero." "Não resolvemos os problemas dos subúrbios mandando tropas de choque e tanques," afirmou.