Marine Le Pen, três vezes candidata à presidência pela direita nacionalista da França e grande nome do partido Reagrupamento Nacional (RN), afirmou nesta quarta-feira (3) que uma publicação do Ministério das Relações Exteriores da Rússia na qual o Kremlin buscou se associar à sua legenda pode ter sido uma tentativa de “interferência” eleitoral.
Mais cedo, a chancelaria russa havia publicado no X uma foto de Le Pen sorridente junto de uma declaração do vice-diretor do Departamento de Informação e Imprensa do ministério, Andrei Nastasin.
“O povo da França procura uma política externa soberana que sirva aos seus interesses nacionais e a uma ruptura com os ditames de Washington e Bruxelas”, afirmou Nastasin.
“As autoridades francesas não poderão ignorar estas mudanças profundas nas atitudes da grande maioria dos cidadãos”, acrescentou.
Segundo informações do jornal francês Le Figaro, Le Pen rebateu a declaração de Nastasin e sugeriu que o post pode ter sido publicado com o objetivo de prejudicar o RN nas eleições legislativas, que terão segundo turno no próximo domingo (7).
“Se eles pensassem que havia algum interesse [do RN de uma aproximação com a Rússia], não teriam twittado [essa mensagem]”, disse.
“Quando você faz um tweet tão ostensivo e provocativo, pode ser considerado uma forma de interferência [eleitoral]”, afirmou.
Acusada no passado de ter simpatia pelo ditador russo, Vladimir Putin, Le Pen tem reiterado que, caso o RN chegue ao poder por meio das eleições legislativas, obtendo maioria absoluta na Assembleia Nacional e a cadeira de primeiro-ministro, a França seguirá ajudando a Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Entretanto, ela descartou o envio de tropas francesas para a Ucrânia, o que já foi cogitado pelo presidente Emmanuel Macron.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”