A Assembleia Nacional da França derrubou nesta segunda-feira (20) duas moções de censura apresentadas contra o governo do país.
A segunda, promovida pela direita nacionalista, foi rejeitada por ampla maioria, tendo obtido apenas 94 dos 287 votos necessários na Assembleia Nacional.
A votação dessa moção foi realizada alguns minutos após outra apresentada por um grupo de partidos que ficou a apenas nove votos da maioria necessária para derrubar o Executivo da primeira-ministra Élisabeth Borne e a reforma da previdência do presidente Emmanuel Macron.
A primeira moção foi defendida pelo centrista Charles de Courson e obteve 278 votos dos 287 necessários.
Com a rejeição destas duas moções de censura, considera-se aprovada a reforma da previdência, embora sua entrada em vigor tenha de aguardar pela resolução de recursos perante o Conselho Constitucional anunciados por vários grupos da oposição.
A primeira moção de censura foi a 15ª apresentada contra o atual Executivo francês, nomeado há menos de um ano em uma Assembleia Nacional na qual não tem maioria absoluta, e a que mais apoios recebeu até o momento.
Até agora, a oposição havia conseguido no máximo 239 votos contra o governo, em uma moção de outubro de 2022 que reuniu forças de toda a esquerda e da direita nacionalista.
A eles se juntaram agora os centristas independentes, alguns regionalistas e, sobretudo, duas dezenas de deputados da direita tradicional, que contrariaram a diretriz da direção da bancada.
As duas moções de censura foram apresentadas depois de o governo ter decidido, na última quinta-feira, aprovar a reforma da previdência através de um mecanismo constitucional que lhe permite fazê-lo sem o voto do Legislativo, em troca da submissão à moção de censura.
Pela reforma, a idade mínima de aposentadoria será de 64 anos de idade, ao contrário dos atuais 62, e o tempo de contribuição necessário será de 43 anos, a partir de 2027.