O governo chinês anunciou nesta quarta-feira (17) que lotes de leite em pó contaminado mataram três bebes e infectaram mais de 6.200 no país. Três empresas, entre elas a Mengniu - maior fábrica de laticínios da China, retiraram produtos suspeitos das prateleiras, informou o Ministério da Saúde. Segundo o ministro da Saúde, Chen Zhu, 6.244 bebês foram contaminados, após consumirem a fórmula adulterada. Entre eles, 158 estavam sofrendo com falência aguda do fígado.
Chen divulgou também a morte de um terceiro bebê, na província de Zhejiang, leste do país, sem fornecer outros detalhes. As duas outras vítimas fatais eram da província de Gansu. Mais de 1.300 crianças permanecem hospitalizadas, afirmou Chen. O ministro disse que espera um aumento nos casos de contaminação em bebês, conforme "mais e mais pais levam crianças ao hospital".
Até agora, acredita-se que todas as crianças infectadas consumiram o leite em pó produzido pela empresa que está no centro do escândalo, a Sanlu Group, segundo o ministro. Perto de 20% das empresas do setor de laticínio testadas pelo país vendiam produtos contaminados com melamina, afirmaram funcionários do governo. Os fornecedores dessas companhias são os suspeitos de acrescentarem o produto químico banido, normalmente usado em plásticos, ao leite cru, para que ele parecesse com mais proteínas.
Em um sinal da preocupação do governo, o primeiro-ministro Wen Jiabao comandou hoje uma reunião de gabinete sobre o tema. A intenção de Wen é melhorar o sistema de inspeção dos produtos derivados do leite e corrigir os problemas no setor, segundo o site do governo.
A presidente da Sanlu, Tian Wenhua, foi demitida de seu posto e em seguida detida pela polícia, informou a agência estatal Nova China. Quatro fornecedores de leite também foram presos.
O prefeito de Shijiazhuang, na província de Hebei, onde a companhia tem sede, foi demitido. Além deles, quatro outros funcionários perderam o emprego. Entre eles está o vice-prefeito encarregado da agricultura, Zhang Fawang, e o diretor da agência regulatória de alimentos e remédios, Zhang Yi.
O presidente do órgão de controle de qualidade chinês, Li Changjiang, anunciou que, além da Sanlu e da Mengniu, uma companhia sediada em Cantão, Yashli, e outra em Qingdao, Suncare também estavam retirando produtos do mercado após encontrarem melamina neles. A Yashili e a Suncare exportam seus produtos para Bangladesh, Iêmen, Gabão, Burundi e Mianmar.
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