Muro que Donald Trump queria erguer em campo de golfe na Irlanda colocaria em risco reprodução da lesma Vertigo angustior .| Foto: /

Antes de propor um muro de 1,6 mil quilômetros na fronteira entre EUA e México, o presidente americano, Donald Trump, tentou construir uma barreira de 3 quilômetros na costa da Irlanda. O magnata do mundo imobiliário queria garantir a proteção do seu campo de golfe na aldeia de Doonbeg no ano passado. Mas, no fim, ele falhou, depois de enfrentar uma forte resistência de lideranças locais.

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Surfistas, banhistas, cientistas ambientais, líderes irlandeses e até uma lesma microscópica impediram que a obra de Trump se concretizasse. O único no país, o percurso de golfe fica em um pequeno vilarejo de apenas 200 habitantes e foi adquirido por cerca de R$ 45 milhões — bastante abaixo do preço de mercado, por conta da crise econômica que assolava o país e as constantes tempestades na região que danificavam o local.

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Para resolver o problema e revitalizar o campo, Trump prometeu um investimento de US$ 45 milhões. O projeto incluía um muro para separar as dunas da praia. Mas a natureza destrutiva do projeto para o litoral e uma espécie ameaçada de lesma, a Vertigo angustior acabaram barrando a ideia do magnata. Parte da comunidade e do governo irlandês intervieram para fazer oposição à construção, uma vez que não estava de acordo com a legislação ambiental no país.

Ainda assim, Trump culpou a União Europeia (UE) pelo impedimento e aproveitou para fazer duras críticas ao bloco. O presidente americano repetidas vezes criticou a UE pelas suas estritas leis de conservação da natureza. “São truques ambientalistas feitos para impedir a construção “, disse o magnata a jornais britânicos e alemães.

Trump chegou a visitar o local, onde foi recebido em grande estilo pela população local — coincidentemente, Mike Pence, seu vice, tem laços familiares na aldeia. Mas foi incapaz de mudar a ideia do governo irlandês, o primeiro a barrar a obra.

Com a derrota, a corporação de Trump se viu obrigada a mudar de planos. Agora, o objetivo é levantar dois muros menores, que seriam uma primeira barreira contra as intempéries da natureza. O grupo de opositores, porém, promete não recuar.