Autoridades russas disseram nesta terça-feira que os níveis de radiação aumentaram ligeiramente no extremo leste do país por causa do acidente nuclear no Japão, mas o índice ainda continua dentro do que é considerado normal.
Em Vladivostok, cidade com 600 mil habitantes, cerca de 800 quilômetros a noroeste da usina nuclear japonesa de Fukushima, a medição à 1h (hora de Brasília) indicava 1 microroentgen por hora a mais do que seis horas antes, segundo a secretaria regional de Emergências.
Militares russos disseram estar em alerta para eventualmente retirar moradores da ilha russa de Sacalina, cujo extremo sul é visível a partir do norte do Japão, e das ilhas Curilas do Sul, que são alvo de uma disputa entre Moscou e Tóquio, segundo a agência de notícias Interfax.
Chamadas de Territórios do Norte pelo Japão, as ilhas Curilas são habitados por russos, e uma das ilhas, Tanfilyeva, fica a apenas seis quilômetros da costa japonesa.
A ilha Sacalina tem a maior reserva comprovada de gás no extremo oriente russo.
O Japão alertou que os níveis de radiação tornaram-se "significativamente" superiores em torno da usina nuclear de Fukushima, que sofreu explosões em dois reatores depois de ser atingida por um terremoto na sexta-feira. Esse já é o maior acidente nuclear no mundo desde o vazamento de gás radiativo em Chernobil, na Ucrânia, em 1986.
Mas o Ministério das Emergências para o Extremo Oriente da Rússia - um enorme território com 6,5 milhões de pessoas - disse esperar que os ventos soprem a seu favor.
"Os ventos para leste irão soprar nos próximos dias, e os fluxos de ar (a partir da área de poluição) irão se mover para o oceano Pacífico, longe da costa russa do Extremo Oriente", disse a porta-voz ministerial Yekaterina Potvorova.
Ela disse que a radiação está sendo monitorada em 71 locais do Extremo Oriente. A empresa aérea russa Aeroflot informou que manterá normalmente seus voos para Tóquio.
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