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O Parlamento da Letônia adotou nesta quinta-feira (11) uma declaração que classifica a Rússia como patrocinadora estatal do terrorismo e incentiva outros países a adotarem iniciativas semelhantes, além de pedir que a União Europeia (UE) pare de emitir vistos de turismo a cidadãos russos e bielorrussos.
A declaração foi adotada pelos parlamentares por um placar de 67 votos a favor, nenhum contra e abstenção apenas dos deputados do partido social-democrata Harmony, da oposição ao governo do país báltico.
O texto refere-se à invasão da Ucrânia e às ações das Forças Armadas da Rússia no país vizinho como o principal motivo para considerá-la um Estado terrorista.
O texto também destaca o “apoio de longa data da Rússia a regimes e organizações terroristas e seu financiamento”.
“A Rússia é a maior fornecedora de armas ao regime [de Bashar al] Assad na Síria e realizou ataques em países soberanos, incluindo o envenenamento da família Skripal no Reino Unido e a queda do voo MH-17 da Malaysia Airlines, que matou 298 pessoas”, enfatiza a declaração.
Os legisladores letões lembraram ataques russos a alvos civis, “incluindo um ataque deliberado a um teatro em Mariupol que matou cerca de 600 pessoas, ataques com mísseis a uma área residencial perto de Odesa que matou ao menos 21 e um ataque a um centro comercial em Kremenchuk que matou 19 civis”.
A declaração também cita um ataque com mísseis contra instalações portuárias em Odesa um dia após um acordo para permitir a exportação de grãos daquela cidade ucraniana ter entrado em vigor.
Quanto aos vistos turísticos, a Embaixada da Letônia em Moscou já deixou de emiti-los aos cidadãos russos, exceto para as pessoas que comparecem a funerais de parentes próximos.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou o Parlamento da Letônia de se guiar por “xenofobia” ao aprovar a declaração.
“Se levarmos em conta que não há fatos, além de uma animalesca xenofobia, na qual esta decisão se baseia, seus ideólogos só podem ser chamados de neonazistas”, escreveu a diplomata em seu canal na plataforma de mensagens Telegram.