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Trabalhador solda peças no interior do túnel do LHC | Reprodução/Cerm
Trabalhador solda peças no interior do túnel do LHC| Foto: Reprodução/Cerm

Adolescente indiana se mata por medo de experiência com o superacelerador

Uma adolescente no centro da Índia se suicidou nesta quarta-feira (10) porque ficou traumatizada com as reportagens que diziam que o experimento para recriar o "Big Bang", na Europa, podiam levar ao fim do mundo, disse o pai da garota.

A moça de 16 anos morava no estado de Madhya Pradesh, bebeu pesticida e foi levada ao hospital, mas logo morreu, segundo a polícia.

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O LHC começa a manipular e acelerar prótons nesta quarta-feira (10), mas os resultados científicos relevantes que o mundo espera não virão do dia para a noite. É certo que grandes descobertas terão de esperar, pelo menos, até 2009.

"Você ligar um acelerador desse porte não é como ligar um aparelho na tomada", explica Sérgio Novaes, físico da Unesp (Universidade Estadual Paulista) envolvido com o projeto internacional coordenado pelo Cern (Organização Européia para a Pesquisa Nuclear), na Suíça.

"Tudo é um processo, que começou 20 anos atrás, no momento em que o LHC começou a ser projetado", diz o cientista. "Para que se tenha uma idéia, só para resfriar o túnel [por onde passam as partículas] levou dois meses."

O resfriamento é necessário porque o LHC (Grande Colisor de Hádrons, na sigla inglesa) manipula os prótons por meio de imensos magnetos supercondutores, que exigem temperaturas baixíssimas para operar corretamente.

Grosso modo, o LHC é uma espécie de "rodoanel" para prótons. Um túnel circular de 27 km, localizado sob a fronteira entre a Suíça e a França, ele servirá para acelerar feixes de partículas até 99,99% da velocidade da luz.

Produzindo um feixe de prótons em cada direção, a idéia é colidi-los quando estiverem em máxima velocidade. O impacto é capaz de simular condições próximas às que existiram logo após o Big Bang, gerando um sem-número de partículas elementares.

Nesta quarta-feira, pela primeira vez os cientistas do LHC viram feixes de prótons completando voltas inteiras pelo anel. Mas as primeiras colisões só devem acontecer em no mínimo 60 dias.

"Já devemos conseguir alguma física ao redor de novembro", diz Harvey Newman, físico do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) envolvido com o LHC. Mas, por alguma física, ele quer dizer a observação de certas partículas - já conhecidas - geradas pelas colisões do novo acelerador.

"Esse processo é muito importante", conta Novaes, "porque é a partir dele que começamos a usar elementos bem conhecidos da física para entender o desempenho dos novos detectores."

Como tudo no LHC é novo, os cientistas precisam de tempo para aperfeiçoar suas operações e obter resultados significativos. Espera-se que essa curva de aprendizado comece a se acentuar, em benefício da ciência, a partir de 2009. "Será quando haverá a validação do LHC para altas energias. O planejamento do Cern espera que 2009 tenha 150 dias de tomada de dados de física", afirma Novaes.

A partir daí que poderão começar as grandes buscas inéditas do novo acelerador, como por exemplo a caça ao famoso bóson de Higgs.

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