Beirute Dezenas de milhares de libaneses ligados ao Hezbollah e seus aliados pró-Síria compareceram ao centro de Beirute, ontem, em um protesto pacífico, porém barulhento, para forçar a renúncia do premier Fouad Siniora, que foi retirado de seu escritório cercado por centenas de policiais e tropas de combate.
O premier continuou a cumprir suas funções, aparentemente, para mostrar que ignorava os protestos que rapidamente tomaram as ruas e praças da capital antes mesmo da hora da manifestação, marcada para as 15 horas (11 h pelo horário de Brasília).
O grupo extremista islâmico xiita Hezbollah e seus aliados mobilizaram suas bases para o protesto oferecendo ônibus para simpatizantes de todo o país irem até o centro de Beirute. Cupons de gasolina também foram distribuídos pelo grupo.
O Exército do Líbano está em alerta máximo em Beirute. Soldados fortemente armados e policiais fecharam todas as vias que levam aos prédios do governo próximos ao local da manifestação, que devem se repetir nos próximos dias.
Apesar de os organizadores afirmarem repetidamente que o protesto tem caráter pacífico, há temores de que simpatizantes do Hezbollah possam invadir a sede do governo, além dos possíveis confrontos com manifestantes anti-Síria, que defendem a permanência de Siniora no poder.
Versões
Apoiadores do governo acusam a Síria de estar por trás da campanha do Hezbollah. Eles afirmam que o país vizinho tenta reconquistar a influência perdida no Líbano. O Hezbollah e seus aliados, por sua vez, dizem que o país caiu sob o domínio dos Estados Unidos e que eles perderam sua porção merecida de poder.