"A embaixada da Arábia Saudita no Líbano pede que todos seus cidadãos saiam do Líbano imediatamente", declarou ontem o alerta lançado pelo país árabe, sem mais esclarecimentos. Agências de notícias internacionais citaram como motivo o temor de uma onda de sequestros.
Um importante clã xiita libanês sequestrou vários sírios, supostamente combatentes rebeldes em retaliação à captura de um parente pelo Exército Livre da Síria em Damasco.
Maher al-Meqdad disse que mais de 20 sírios foram tomados como reféns durante a noite no Líbano, incluindo um tenente que desertou do Exército sírio para aderir à rebelião contra o presidente Bashar Assad. Reféns que não eram membros do Exército Sírio Livre foram libertados, segundo Meqdad.
Segundo Meqdad, os sequestros foram uma resposta à captura de Hassan al-Meqdad em Damasco, ocorrida há dois dias. O Exército Sírio Livre diz que seu refém havia sido enviado à Síria pelo grupo xiita libanês Hezbollah, um dos principais aliados regionais de Assad. "Não nos importa o que está acontecendo na Síria. Respeitamos o desejo de democracia. Só queremos nosso filho de volta ao Líbano em segurança", disse Maher al-Meqdad.
A rebelião síria polariza o Líbano, onde muitos sunitas apoiam a rebelião. Assad pertence à seita alauíta, uma derivação do islamismo xiita, ao passo que os sunitas são maioria na população síria (75%), e lideram a rebelião.
Membros do clã Meqdad, uma das famílias xiitas mais poderosas do Líbano, avisaram antes que cidadãos da Turquia, Qatar e Arábia Saudita poderiam estar em risco. Os três países estão envolvidos com o conflito na Síria e têm armado ou apoiado financeiramente os rebeldes.
Hassan foi apontado como membro do Hezbollah, informação negada pelo próprio grupo terrorista.