Beirute Apesar de ter anunciado que se retiraria hoje completamente do Líbano, o Exército de Israel manteve ainda o controle de uma pequena área num vilarejo no extremo sul do país, perto de sua fronteira. Tanto o governo do Líbano como o grupo xiita libanês Hezbollah se queixaram de que Israel não retirou completamente suas tropas, já que ainda mantém um contingente na aldeia fronteiriça de Ghayar.
Na véspera do feriado judaico do Yom Kipur (Dia do Perdão), iniciado no pôr de sol de hoje, Israel removeu centenas de soldados e tanques que estavam posicionados em dez localidades ao longo da fronteira.
Mas o comandante das forças de paz das Nações Unidas no sul libanês (a Finul), o general francês Alain Pellegrini, considerou que Israel realizou um "avanço significativo" em sua retirada, embora ainda permaneça na aldeia de Ghayar.
"Espero que abandonem esta região no decorrer desta semana para completar a retirada, como está estipulado na Resolução 1.701 co Conselho de Segurança da ONU", disse o general. Essa resolução estipulou as condições para o cessar-fogo que pôs fim a 34 dias de confrontos entre Israel e o Hezbollah.
A aldeia de Ghayar está dividida em duas partes pela "linha azul", uma demarcação da fronteira efetuada pela ONU em maio de 2000, quando Israel removeu seu Exército do sul do Líbano após 22 anos de permanência no país. Antes de remover suas tropas de Ghayar o governo israelense está exigindo garantias de que militantes do Hezbollah não voltarão a fincar bases na área.
Os moradores dos vilarejos no sul libanês demonstraram satisfação a ver as tropas e tanques partirem para Israel, mas houve poucas celebrações. A população está mais preocupada agora em reconstruir suas casas e a infra-estrutura local destruída por bombardeios israelenses. Israel chegou a deslocar 30 mil soldados para o Líbano no conflito de julho, que matou 1,1 mil pessoas.