Manifestantes entraram em confronto com a polícia em Beirute, capital do Líbano, neste sábado (8), e invadiram ministérios, incluindo o prédio das Relações Exteriores, da Economia e do Meio Ambiente.
Os protestos foram convocados como uma resposta à classe política do país, vista como responsável pela explosão da última terça-feira (4), que matou mais de 150 pessoas e destruiu boa parte da cidade.
Forças de segurança libanesas procuram conter os protestos com gás lacrimogêneo e barreiras policiais. A manifestação começou quando milhares de pessoas invadiram a praça principal da cidade, pendurando laços que simbolizam o pedido de enforcamento de autoridades.
Esta não é a primeira vez que a população tenta invadir prédios públicos. Na quinta-feira à noite, alguns libaneses foram ao Parlamento, jogaram pedras contra os policiais e acabaram sendo dispersados com gás lacrimogêneo.
Altos funcionários do Oriente Médio e da Europa começaram a chegar ao Líbano, neste sábado, em uma demonstração de solidariedade. As visitas do chefe da Liga Árabe e do presidente do Conselho Europeu ocorreram enquanto o país se preparava para os grandes protestos antigovernamentais convocados pelas redes sociais.
Cenário
No ano passado, o país foi palco de grandes manifestações contra o governo da época, que resultou na renúncia do então primeiro-ministro Saad Hariri. Um novo governo assumiu no início do ano, mas o descontentamento da população com a corrupção e a crise econômica continua.
Esse sentimento agora foi exacerbado pela explosão no porto de Beirute, porque o próprio governo admitiu que a explosão pode ter sido causada por negligência das normas de segurança no porto quanto ao armazenamento de toneladas de nitrato de amônio, uma substância com potencial explosivo. Muitas pessoas tiveram suas casas totalmente destruídas e não têm condições financeiras de reconstruí-las. O governo estima que cerca de 300 mil pessoas ficaram desabrigadas após a tragédia desta semana. Os danos com a explosão podem chegar a US$ 15 bilhões.
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