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Estado de emergência

Líbano mergulha no caos institucional

Beirute – O Líbano mergulhou ontem à noite numa situação institucional caótica, quando o presidente Emile Lahoud, que deixou suas funções às 24h, com a expiração de seu mandato, afirmou que o país estava "em estado de emergência’’ e encarregou o Exército de cuidar da segurança interna.

O episódio completou uma sexta-feira politicamente confusa, já que o Parlamento não havia conseguido, pela quinta vez, eleger seu sucessor.

A declaração de Lahoud, apoiado pela Síria e pelo Irã, era bastante inusitada porque, pela Constituição, a decisão de decretar estado de emergência deve partir do primeiro-ministro, Fuad Saniora, apoiado pelos ocidentais e pela Arábia Saudita.

O porta-voz do premier retrucou de imediato que a decisão de Lahoud era ilegal e não teria nenhuma validade. Mas assessores do presidente afirmaram que Saniora era o chefe de um governo "ilegítimo’’, e que os militares deveriam devolver a segurança libanesa apenas a um gabinete com legitimidade, quando este fosse escolhido. O premier Saniora tem sofrido um longo processo de desgaste por parte do Hezbollah, grupo islâmico que deixou o governo e tenta derrubá-lo.

A declaração do presidente, que segundo assessores seus equivale à decretação do estado de emergência, consistiu em encarregar o Exército da "autoridade de manter a segurança no conjunto do território e de colocar todas as forças de segurança sob seu comando’’, segundo o porta-voz presidencial Rafic Chalala.

O New York Times informa que o Hezbollah, maior partido político da oposição, prometeu não promover manifestações contra o premier no momento em que – era o que se esperava até o fechamento desta edição – ele assumisse interinamente as atribuições de Lahoud.

Nawar al-Sahili, deputado do grupo islâmico, afirmou que "para nós não existe agora mais governo’’, mas que não há planos de radicalização, já que dentro de uma semana o Parlamento se reuniria novamente.

O presidente do Legislativo, Nabih Berri, afirmou no final da tarde que os grupos em conflito teriam até a outra sexta-feira para chegar a um acordo.

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