Ouça este conteúdo
Menos de 24 horas após a explosão em série de dispositivos de mensagens do tipo pager usados pelo Hezbollah, no Líbano, uma segunda onda afetou outro meio de comunicação do grupo terrorista, nesta quarta-feira (18).
O Ministério da Saúde Pública do país afirmou que pelo menos uma pessoa morreu e outras 100 ficaram feridas com as novas explosões. Desta vez, diversos "walkie-talkies", equipamentos para envio e recebimento de mensagem por ondas de rádio, explodiram na capital, Beirute, e no sul do país, região controlada pelo grupo xiita.
O novo episódio ocorre no mesmo dia em que o Hezbollah prometeu dar uma resposta “específica” ao que chamou de “massacre israelense” contra o Líbano. O grupo afirmou que o ataque desta terça-feira terá “punição severa” e “uma prestação de contas”.
Logo depois, a milícia libanesa reivindicou um lançamento de projéteis contra o norte de Israel, em sua primeira ação desde a explosão dos pagers, que matou pelo menos 12 pessoas no Líbano, segundo a imprensa local, ao menos dois terroristas.
“Os combatentes da Resistência Islâmica bombardearam os bunkers de artilharia do inimigo israelense em Neve Ziv com uma saraivada de foguetes”, anunciou em um comunicado o Hezbollah, que havia realizado sua última ação contra Israel no início da tarde de terça-feira.
Israel não se manifestou sobre as acusações de autoria pelas explosões, mas o Exército de Tel Aviv insistiu nesta quarta-feira que está preparado para “qualquer missão” na fronteira com o Líbano.
"A missão está clara. Estamos determinados a mudar a situação de segurança o mais rapidamente possível", disse o chefe do Comando Norte israelense, major-general Ori Gordin, depois de duas brigadas do Exército terem concluído uma série de exercícios para simular combates "em território inimigo".
Gordin destacou que as tropas “estão extremamente preparadas para qualquer missão que lhes seja atribuída”.
Israel está em alerta máximo desde a noite passada, quando milhares de pagers associados ao grupo libanês explodiram no Líbano e na Síria, matando 12 pessoas e ferindo cerca de 3 mil pessoas.
Tel Aviv está envolvida em uma intensa troca de hostilidades com o grupo xiita libanês desde 8 de outubro, quando o Hezbollah começou a lançar ataques em solidariedade às milícias palestinas na Faixa de Gaza, como o Hamas e a Jihad Islâmica.
Na terça-feira passada, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse que, com as operações em Gaza quase cumpridas, o foco de Israel está agora mudando para a fronteira com o Líbano, onde o fogo cruzado constante com o Hezbollah forçou cerca de 60 mil pessoas a viverem evacuadas em hotéis ou casas de familiares em todo o país.