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Atualizada no domingo, dia 06/08, às 17h23

O Líbano não está satisfeito com a proposta de resolução preparada pela França e pelos Estados Unidos e apresentada ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para o fim da guerra entre Israel e o grupo militante Hezbollah, informou um integrante do Ministério de Relações Exteriores do país. Já Israel se nega a fazer qualquer comentário.

Neste domingo, o presidente do Legislativo, Nabih Berri, disse que o país rejeita a proposta rascunha por França e Estados Unidos. Afirmando estar falando em nome de todos os libaneses, ele disse que a proposta não é um cessar-fogo de verdade. Ele fala em nome do Hezbollah também, pois é o seu principal negociador.

Já Israel acha que, por se tratar de um projeto de resolução, não há razão para uma avaliação ser divulgada.

- Minha posição, e consultei ministros sobre a questão - é a de que não há razão para Israel responder ao rascunho. Quanto menos respondermos, mais sábia será nossa atitude - disse o primeiro-ministro, Ehud Olmert.

As reações negativas acontecem no dia em que Israel tem seu maior número de mortes causadas pelos foguetes do Hezbollah. Neste mesmo dia, a cidade de Haifa foi atacada.

Depois de ver o texto, o governo libanês continua comprometido com um plano de sete pontos adotado no mês passado por seu gabinete, que inclui ministros do Hezbollah, disse Nouhad Mahmoud, oficial do Ministério de Relações Exteriores do Líbano.

- Gostaríamos de ver nossas preocupações mais refletidas no texto - disse ele, parando pouco antes de rejeitar totalmente a proposta franco-americana.

- Infelizmente, ela não tem, por exemplo, um pedido de retirada das forças israelenses que estão agora no Líbano. Isso é uma receita para novos confrontos - disse Mahmoud.

Beirute também não está contente com o fato do plano não incluir pedido para que a região das fazendas de Shebaa seja colocada sob o comando da ONU, como exigido pelo Líbano, enquanto sua situação é analisada, disse Mahmoud.

Ele apresentou no domingo pedido formal no sentido de que a retirada das tropas israelenses seja incluída na proposta de resolução da ONU.

Síria e Irã também criticaram o plano antevisto na proposta de resolução. O Irã, pela primeira vez, admitiu na semana passada fornecer mísseis ao Hezbollah.

Já a Síria, por meio de seu chanceler, se diz pronta a ajudar o Hezbollah.

A pequena faixa de terra ocupada por israelenses foi considerada pela ONU como parte da Síria a menos que o Líbano, que reclama o território, demarque novas fronteiras com a Síria, algo que não aconteceu.

O Hezbollah, antes da atual crise surgir no mês passado, insistia em se manter armado, mesmo depois de integrar o governo libanês, para expulsar as tropas de Israel do Líbano. A proposta franco-americana adia uma resolução sobre essa disputa.

Mahmoud disse que o Líbano havia proposto algumas emendas para que o plano de trégua seja mais aceitável por Beirute.

- Ele precisa atender às preocupações do povo libanês. Caso contrário não vai decolar - disse o representante do ministério.

O plano de sete pontos pede um imediato cessar-fogo, retirada das forças israelenses do sul do Líbano, retorno da população libanesa retirada de suas casas pelos confrontos, estabelecimento de tropas da ONU e do Líbano no sul do país e desarmamento do Hezbollah.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse neste domingo que espera que a votação seja realizada o mais rapidamente possível. Ela não acha que a resolução, se adotada, levará ao fim imediato do conflito.

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