Monróvia (EFE) A Libéria deu ontem um passo fundamental para encerrar uma fase crítica de sua história ao escolher um novo presidente, o primeiro indicado pelas urnas desde o fim da guerra civil em 2003, em um processo que se destacou pela normalidade, mas também por uma esmaecida participação dos eleitores.
Os resultados, que serão divulgados nos próximos dias, definirão qual dos dois candidatos será o novo governante: o ex-astro de futebol George Weah, de 39 anos, ou a ex-ministra de Finanças formada em Harvard Ellen Johnson-Sirleaf, de 66. Ambos ocuparam os primeiros lugares no primeiro turno das eleições, em 11 de outubro, que ocorreu com normalidade e teve uma votação em massa, muito diferente de ontem.
A apuração começou imediatamente no fechamento das sessões de votação. Em muitos locais, os agentes eleitorais trabalhavam com lanternas, como no centro de votação nas ruínas do antigo Palácio Presidencial. "Não haverá prorrogação pois há uma hora os eleitores chegam a conta-gotas", disse à EFE a presidente da mesa número 3, Korto L. Dennis, que destacou a ausência de incidentes.
O último votante na mesa número 3, Alpha Tawallag, disse que não podia chegar mais cedo porque vivia longe e estava ocupado. O voto atrasado foi para Ellen Johnson-Sirleaf, contou o eleitor.
O populista George Weah, de 39 anos, teve o apoio de vários candidatos derrotados no primeiro turno. Entre eles, estavam Winston Tubman e Verney Sherman, quarto e quinto mais votados. Ellen Johnson-Sirleaf não foi tão bem em termos de apoio. Não conseguiu sequer o de Charles Brumskine, terceiro mais votado.
Brumskine, ex-presidente do Senado, negou-se a divulgar seu voto e deixou seus eleitores em liberdade para decidir. Com calma e tranqüilidade, sinal de maturidade para um país que há apenas dois anos terminava uma sangrenta guerra civil que durou 14 anos, os eleitores votaram sob vigilância dos capacetes azuis da Organização das Nações Unidas (ONU), visíveis nos pontos estratégicos e nas ruas principais da capital e do interior do país.
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