Os três jornalistas - um italiano, um suíço e um venezuelano - que foram presos depois de entrarem em uma perigosa penitenciária venezuelana para realizar uma reportagem na sexta-feira (6) foram libertados neste domingo (8), segundo informou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa da Venezuela.
O italiano Roberto Di Matteo e o suíço Filippo Rossi, bem como o venezuelano Jesús Medina, foram presos na última sexta-feira (6) depois de entrarem com suas equipes de filmagem na penitenciária de Tocorón, no norte do Estado de Aragua, de acordo com a ONG Foro Penal.
Di Matteo trabalha como cinegrafista para o site do jornal italiano "Il Giornale", para o qual colabora regularmente o jornalista freelancer Rossi. O suíço também trabalhou com o "Corriere del Ticino".
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Os três jornalistas "estavam na prisão de Tocorón (...) produzindo uma investigação jornalística quando foram detidos", indicou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP).
As organizações de imprensa não especificaram para quais meios os jornalistas estrangeiros trabalham, enquanto que Medina é um fotojornalista do portal DolarToday, opositor ao governo de Nicolás Maduro.
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Detenção
Uma imagem dos jornalistas algemados com dois militares foi transmitida pelo sindicato. Foram confiscados telefones celulares e câmeras. No dia da detenção, porta-vozes do sindicato disseram à AFP que os jornalistas "estavam bem, sem indicações de maus-tratos".
"Eles receberam um convite para entrar em Tocorón. Estavam se registrando na entrada quando tiveram o acesso negado e receberam a ordem de detenção. Ao que parece, houve uma contra-ordem para impedir sua entrada", segundo o sindicato.
Alfredo Romero, diretor do Foro Penal, afirmou que advogados da ONG foram para Tocorón - cerca de duas horas de Caracas - para ajudá-los. "Eles estão detidos desde sexta-feira em um destacamento da Guarda Nacional", disse ele.
De acordo com o sindicato, foram detidos por funcionários do ministério Penitenciário e colocados sob ordem judicial.
Liberdade
Segundo um comunicado do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa da Venezuela, os jornalistas foram libertados neste domingo (8). Um tribunal ordenou a libertação do suíço Filippo Rossi, do italiano Roberto Di Matteo e do venezuelano Jesús Medina.
“Rejeitamos a perseguição e a detenção de jornalistas como um mecanismo de intimidação à imprensa e lamentamos que os colegas tenham sido privados de sua liberdade. Exigimos que se garanta a liberdade de exercer a profissão na Venezuela”, afirmou a Associação de Imprensa Estrangeira na Venezuela, em um comunicado.
#ULTIMAHORA Jesus Medina, y los dos periodistas internacionales detenidos en Tocorón el viernes, quedaron em libertad plena #8Oct pic.twitter.com/0rucCGbz7M
â SNTP (@sntpvenezuela) October 8, 2017
No twitter, o sindicato publicou um vídeo com as primeiras declarações após os jornalistas serem libertados.
Primeras declaraciones, luego de ser puestos en libertad, de los periodistas detenidos en Tocorón el viernes #6Oct pic.twitter.com/YMRS0tTxpY
â SNTP (@sntpvenezuela) October 9, 2017
Penitenciárias
Várias organizações não governamentais denunciaram a superlotação e desnutrição em centros de detenção venezuelanos.
A ONG Una Ventana a La Libertad estimou em 2016 que as prisões venezuelanas abrigavam 88.000 presos, quando sua capacidade é de apenas 35.000.
Desde julho de 2011, o governo lançou um plano para readequar as penitenciárias. Segundo as autoridades, 98% das 50 prisões na Venezuela funcionam sob o novo regime.
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