O ministro do Petróleo da Síria, Sufian Allaw, reclamou ontem das sanções impostas ao país pela comunidade internacional em decorrência dos confrontos entre o regime do ditador Bashar Assad e a oposição, que já dura 15 meses.
De acordo com o ministro, o embargo causou um prejuízo de US$ 4 bilhões nas vendas do país devido a medidas dos Estados Unidos e da União Europeia. Após a suspensão do comércio de derivados de petróleo, a Síria teve uma perda de US$ 7 milhões por dia apenas com o fim das remessas para a Europa.
Além da redução dos recursos da balança comercial, o ministro reclama que o embargo dificulta a importação de insumos como gás liquefeito de petróleo (GLP). Isso aumentou os preços no país e fez com que o regime busque os recursos em outras regiões, como a Venezuela. Na última segunda, um novo carregamento de óleo diesel foi enviado pela estatal PDVSA, administrada pelo governo de Hugo Chávez, com destino ao país árabe.
O país passa por confrontos entre a oposição e o regime da família Assad, que governa a Síria há 40 anos, desde março de 2011, em meio ao movimento chamado Primavera Árabe. De acordo com a ONU, pelo menos 10 mil pessoas morreram durante o conflito.
Crimes
A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional (AI) acusou o regime sírio de torturar e matar os detentos e manifestantes pacíficos, atos que podem constituir crimes contra a humanidade. No relatório anual de 2011, publicado ontem, a AI detalha como as tropas mataram manifestantes pacíficos e prenderam milhares de pessoas, que foram torturadas.