Potências globais que reagiram com "frieza" em relação aos rebeldes da Líbia, como China, Rússia e Índia, terão problemas em conseguir novos contratos com o país no setor de petróleo, segundo afirmou nessa semana um porta-voz da estatal Arabian Gulf Oil Co. (Agoco), agora controlada pelos insurgentes.
Em uma entrevista à Dow Jones por telefone, o porta-voz afirmou que "para países que assumiram posições hostis em relação ao Conselho Nacional de Transição (CNT), será difícil no futuro conseguir novas concessões". Ele citou Índia, China e Rússia, mas disse que o país vai "honrar os contratos existentes".
No começo desta semana, a Reuters noticiou que o diretor de informação da Agoco, Abdeljalil Mayouf, teria dito que os rebeldes não têm problemas com empresas da Itália, França e Reino Unido, mas que teriam "alguns problemas políticos com Rússia, China e Brasil".
Brasil, China e Rússia se abstiveram durante a aprovação da intervenção militar na Líbia no Conselho de Segurança da ONU. Os três, mais a Índia, ainda não reconheceram o CNT, apesar de mais de 40 países já terem afirmado que o conselho rebelde é autoridade legítima do povo líbio.
Na terça-feira, o chanceler brasileiro Antonio Patriota disse que o País tem mantido contato com os rebeldes líbios. "A mensagem que nos foi transmitida é a de que há grande apreço pela contribuição que o Brasil tem dado ao desenvolvimento da Líbia e os contratos serão honrados", garantiu.
Três empresas brasileiras atuavam na Líbia quando começou a guerra civil: Queiroz Galvão, com obras de saneamento em Benghazi; Odebrecht, responsável pela ampliação do aeroporto de Trípoli e pela construção de um anel viário na capital; e Petrobras, que explora petróleo no norte do país desde 2005.
A Líbia tem as maiores reservas de petróleo e gás da África. China e Índia têm investido em contratos de exploração no país para satisfazer suas necessidades de energia. Com informações da Dow Jones.
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