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Autoridades da Líbia dividida pediram à Procuradoria-Geral, que atua em todo o país, que investigue o rompimento de duas barragens em Derna, cidade localizada no leste líbio e a mais atingida pelas inundações causadas pela tempestade Daniel no início desta semana.
O movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho informou nesta quinta-feira (14) que ao menos 11,3 mil pessoas morreram em Derna.
Em razão das disputas dos últimos 12 anos, o oeste da Líbia é governado pelo primeiro-ministro Abdul Hamid Dbeibah, tem sede em Trípoli e é reconhecido pela comunidade internacional. Já o leste, região atingida pelas inundações, é administrado pela Câmara dos Representantes, tem sede em Benghazi e está associado ao comandante militar Khalifa Hifter.
O presidente do Conselho Presidencial da Líbia, Mohammed Al-Menfi, pediu por uma investigação sobre o rompimento das barragens de Derna, assim como Dbeibah.
“Pedi ao procurador-geral para iniciar uma investigação urgente sobre as circunstâncias do colapso das barragens de Derna e ordenei às autoridades relevantes que cooperassem plenamente neste assunto”, escreveu Dbeibah no X.
As autoridades também pedem que sejam investigados os toques de recolher decretados em Derna antes e durante a tempestade. Segundo o site de notícias Middle East Eye, especialistas que haviam informado no ano passado que as barragens apresentavam problemas emitiram avisos e afirmaram que os moradores deveriam ser alertados sobre o perigo.
Porém, ainda de acordo com o site, as autoridades locais e representantes dos governos divididos continuaram a afirmar que a situação estava sob controle e a negar relatos sobre o possível rompimento das barragens.