O ministro líbio da Justiça e Direitos Humanos, Mohamed Allagui, afirmou ontem que Saif al Islam, filho do ex-ditador Muamar Kadafi, não será entregue ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
A declaração foi dada no momento em que o procurador-geral do TPI, Luis Moreno Ocampo, chegou à Líbia para discutir com o Conselho Nacional de Transição (CNT) o local de julgamento do filho de Kadafi.
Al Islam, procurado pelo TPI por supostos crimes contra a humanidade, foi detido no sábado por combatentes do CNT no sul da Líbia. Ele foi considerado, por muito tempo, como provável sucessor do ex-ditador.
Desde 27 de junho, Saif al Islam, 39 anos, era alvo de uma ordem de captura do TPI por suspeitas de crimes contra a humanidade. Ele é acusado de ter tido "um papel-chave para executar um plano" concebido por seu pai para "reprimir por todos os meios" o levante popular.
O primeiro-ministro líbio interino, Abdel Rahim al Kib, afirmou que Saif al Islam terá um "julgamento justo, no qual os direitos e a lei internacional estejam garantidos".
A Anistia Internacional e a Human Rights Watch haviam pedido que Al Islam fosse entregue ao TPI para evitar "o que aconteceu com Muamar e Muatasim Kadafi", ambos mortos depois de terem sido capturados vivos.
Visita
O procurador-geral do TPI, Luis Moreno Ocampo, concordou que o julgamento seja na Líbia, mas ressaltou que as autoridades líbias "são obrigadas a cooperar com o TPI" e que tanto Saif quanto o ex-chefe da inteligência líbia "devem prestar contas à Justiça".
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