A Líbia vai se negar a pagar indenizações aos familiares de pessoas mortas por bombas do Exército Republicano Irlandês (IRA) que teriam sido fabricadas com explosivos fornecidos pelo país, anunciou o filho do líder líbio Muammar Gaddafi.
Saif al-Islam disse que a Líbia contestará qualquer pedido nesse sentido nos tribunais. Com isso, entra em discórdia com o primeiro-ministro britânico Gordon Brown, que disse que apoiará os pedidos de indenização.
"Qualquer pessoa pode bater à porta e pedir dinheiro. Mas, se vocês forem aos tribunais, nós traremos nossos advogados," disse Saif à Sky News.
O advogado britânico Jason McCue, que representa as famílias de vítimas do IRA, disse que está preparado para levar os pedidos de indenização ao tribunal, mas que espera que seja possível chegar a um acordo sem iniciar ações na justiça.
"Todo o mundo envolvido em litígios sabe que um acordo extrajudicial é a melhor maneira de avançar, e tenho certeza de que a Líbia perceberá que é o melhor caminho a ser seguido, em termos das relações entre Inglaterra e Líbia," disse ele à rádio BBC.
De acordo com o jornal Sunday Times, as famílias dizem ter provas de que explosivos fornecidos pela Líbia foram usados numa série de ataques do IRA, incluindo a explosão de 1987 numa cerimônia do Dia do Armistício que matou 11 pessoas na cidade de Enniskillen, na Irlanda do Norte.
Os explosivos enviados pela Líbia também ajudaram o IRA a lançar o ataque de 1996 que devastou o centro de Manchester, no norte da Inglaterra, além de várias explosões em Londres, disse o jornal.
O governo britânico afirma que nos anos 1980 e 1990 a Líbia enviou explosivos a guerrilheiros que combatiam para pôr fim ao domínio britânico sobre a Irlanda do Norte. Em 1987 o navio Eksund foi apreendido ao largo da costa da França e descobriu que transportava armas para o IRA.
Não foi possível obter declarações do advogado John McCue.
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