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O navio Red Star One, fretado pela Organização Internacional para as Migrações, pegou 800 pessoas tentando escapar da guerra civil que estavam há dias em Misrata. O plano seria receber 1.000 pessoas | AFP
O navio Red Star One, fretado pela Organização Internacional para as Migrações, pegou 800 pessoas tentando escapar da guerra civil que estavam há dias em Misrata. O plano seria receber 1.000 pessoas| Foto: AFP

Um navio de ajuda enfrentou o fogo de artilharia ao tentar resgatar trabalhadores migrantes africanos e asiáticos do porto sitiado de Misrata na quarta-feira, mas foi forçado a deixar para trás centenas de líbios desesperados para fugir dos combates.

A ajuda humanitária já havia enfrentado problemas antes para embarcar os imigrantes, jornalistas e feridos, a bordo do navio com destino a Benghazi, uma vez que o porto de Misrata está constantemente sob o fogo cerrado de rebeldes contra forças leais a Muamar Kadafi.

"O bombardeio causou muitas baixas entre os líbios e pessoas de outras nacionalidades à espera de uma evacuação", disse Gemal Salem, porta-voz rebelde, à Reuters. "Até agora, temos cinco mortos e ambulâncias estão indo para o local."

O navio Red Star One, fretado pela Organização Internacional para as Migrações, pegou 800 pessoas tentando escapar da guerra civil que estavam há dias em Misrata, que atravessa uma crise humanitária crescente. O plano seria receber 1.000 pessoas.

"Centenas de civis líbios tentaram embarcar no navio, desesperados para sair de Misrata. Mas com uma capacidade limitada, a rampa do barco teve de ser erguida, para que o navio pudesse se afastar do cais em segurança" da disse a OIM.

O bombardeio também atingiu o bairro de Qasr Ahmad, em Misrata, uma área residencial e industrial que abriga a indústria de ferro e aço, em uma cidade que se tornou um dos mais sangrentos campos de batalha do conflito dos últimos dois meses.

O porto é uma salvação para Misrata, pois os alimentos e suprimentos médicos chegam por ali e atiradores disparam dos telhados. Outros navios de resgate estão esperando em alto mar, mas não há nenhuma notícia sobre sua movimentação. Cerca de 12 mil pessoas já foram resgatadas por 12 navios.

Caça-minas da coalizão da Otan, cujas aeronaves estão bombardeando alvos do governo militar da Líbia depois de uma resolução das Nações Unidas, estavam em busca de uma aproximação ao porto desde segunda-feira.

Autoridades da Otan reuniram-se na quarta-feira em Bruxelas para analisar o progresso das operações, rejeitando as avaliações de que haja um impasse no campo de batalha, apesar da intervenção de seus aviões de guerra, no momento em que as nações se preparam para uma reunião em Roma na quinta-feira sobre as finanças dos rebeldes.

Quanto à pressão sobre Kadafi, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse: "Acabamos de ter uma reunião (...) e foi uma reafirmação do compromisso com a nossa operação".

As forças de Kadafi estão muito mais debilitadas agora do que no início da operação da Otan, disse Rasmussen.

A televisão estatal da Líbia afirmou na quarta-feira que as forças da Otan bombardearam Al-Hayrah, a oeste da capital, causando baixas.

"A aliança colonialista de cruzada acabou de bombardear Al-Hayrah, causando vítimas e danos à infraestrutura", declarou a emissora.

O exército da Líbia também disparou foguetes contra a cidade de Zintan, controlada pelos rebeldes, nas Montanhas Ocidentais, pressionando com uma campanha que obrigou milhares a fugir do país. Os rebeldes disseram que mais de 40 foguetes Grad atingiram Zintan na noite de terça-feira.

Kadafi, que assumiu o poder num golpe de 1969, não foi visto em público desde um ataque de mísseis da Otan no sábado a uma casa, em Trípoli, que matou seu filho mais novo e três netos. Autoridades em Trípoli disseram que estava em boa saúde.

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