Jorge Rodríguez, chefe do comando da campanha chavista para o referendo sobre a anexação de Essequibo, disse nesta terça-feira (5) que o regime da Venezuela tomará ações nas “próximas horas” sobre o território disputado.
A fala de Rodríguez ocorre dias após o referendo realizado no último domingo (3) no qual, segundo o regime venezuelano, a maioria dos participantes apoiou a anexação da região disputada com a Guiana.
Em entrevista concedida nesta terça-feira, o líder chavista garantiu que "as ações que serão tomadas nas próximas horas serão baseadas no "mandato do povo" em “favor dos direitos” que a Venezuela alega ter sobre Essequibo, e na implementação de "um plano acelerado para o atendimento integral da população atual e futura desse território”.
Rodríguez, que também é presidente da Assembleia Nacional da Venezuela controlada pelo chavismo, reiterou, assim como o ditador Nicolás Maduro, que a consulta de domingo é "vinculante". Isso pode indicar uma possível incursão em Essequibo, uma região controlada por Georgetown, para criar um novo estado venezuelano, e o fim do reconhecimento da Venezuela à jurisdição da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre o assunto, dado que as questões relacionadas a ambos os temas foram "aprovadas" no referendo.
"Vocês vão ver, a partir de hoje à tarde, [...] nós vamos calar a boca deles com o caráter vinculante desse referendo, a partir de hoje à tarde, fiquem muito atentos, fiquem muito atentos ao que vai acontecer hoje à tarde", declarou o chavista.
A Venezuela, conforme indicaram Rodríguez e Maduro, considera o resultado do referendo de domingo como um mandato, ou seja, de cumprimento obrigatório, com base em sua própria Constituição, que estabelece o caráter vinculante das questões submetidas à consulta popular.
Nesse caso, o regime venezuelano poderia estar se movimentando para "atender e cumprir" todas as cinco perguntas do referendo que, segundo o regime, foram aprovadas pela população no domingo. Entre as perguntas do referendo estava também uma sobre a criação de um estado venezuelano na região de Essequibo chamado Guayana Esequiba, e o fornecimento de nacionalidade venezuelana para os habitantes da região.
A Guiana condenou o referendo venezuelano e o considera como uma decisão interna do regime de Maduro e não uma decisão internacional. O país já levou a questão até a CIJ, que assumiu jurisdição sobre o caso e emitirá, em uma data ainda a ser definida, uma decisão vinculante sobre a disputa para as duas nações.
Na sexta-feira (1º), a CIJ já havia pedido à Venezuela que "se abstenha de tomar qualquer medida que modifique" a situação atual do território em disputa, que é controlado pela Guiana. (Com Agência EFE)
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