Rebeldes chechenos assumiram nesta quarta-feira a autoria do duplo atentado suicida que matou 39 pessoas no metrô de Moscou, e ameaçaram realizar novos ataques no território russo.
Em vídeo divulgado no site rebelde www.kavkazcenter.com, o líder separatista islâmico Doku Umarov disse ter ordenado os ataques em Moscou como vingança às políticas do primeiro-ministro Vladimir Putin no Cáucaso do Norte, de maioria muçulmana.
Segundo ele, os ataques serviram como uma "saudação" ao Serviço Federal da Rússia (FSB), principal serviço de segurança interna. O vídeo foi postado horas depois de outros dois atentados suicidas no Daguestão, no Cáucaso russo, que deixou 12 mortes.
Umarov, de 45 anos, homem mais procurado da Rússia, autointitulaldo "emir do Emirado do Cáucaso", disse ter ordenado os atentados de segunda-feira em Moscou para "destruir os infiéis."
"Ambas essas operações foram realizadas sob meu comando, e não serão as últimas", disse Umarov, fardado, sentado no chão, aparentemente em uma clareira em um bosque.
"Vocês, russos, só veem a guerra pela televisão e ouvem no rádio, é por isso que não reagem às atrocidades que seus grupos criminosos sob o comando de Putin cometem no Cáucaso", disse Umarov.
"Eu prometi a vocês que a guerra chegaria às suas ruas, se Deus quiser, e vocês a sentirão sob a pele", acrescentou ele, que termina o vídeo de 4,5 minutos com as palavras "Allahu Akbar" (Deus é grande) e o dedo apontado para a câmera.
O governo russo disse que os atentados de Moscou e na região do Daguestão tiveram os mesmos responsáveis. "Mais um ato terrorista foi cometido. Não descarto que seja a mesma quadrilha agindo", disse Putin após o ataque na cidade daguestã de Kizlyar, perto da fronteira com a Chechênia.
No ataque desta quarta-feira, um carro cheio de explosivos foi detonado ao ser perseguido pela polícia. Em seguida, um militante fardado como policial provocou uma segunda explosão, em meio à multidão de policiais que se aglomerara no local, segundo autoridades.
Depois de duas guerras contra os separatistas da Chechênia, a violência na região do Cáucaso continua desafiando o governo russo há mais de uma década. O Kremlin se diz vitorioso na luta contra os separatistas chechenos, mas analistas dizem que a onda de atentados mostra que Moscou não conseguiu derrotá-los.
Líderes locais dizem que a insurgência é alimentada pela pobreza, por rivalidades entre clãs, pela corrupção desenfreada, pelo islamismo e pela agressividade das autoridades russas.
As autoridades russas não se manifestaram contra o vídeo, praticamente ignorado na imprensa estatal.
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