Os Estados Unidos não estão adequadamente protegidos contra a hipótese assustadora de um ataque terrorista nuclear, disse nesta terça-feira o chefe da comissão que investigou os atentados de 11 de setembro de 2001.
Tom Kean, ex-governador de Nova Jersey, disse a uma comissão do Senado que nem o governo Bush nem o Congresso fizeram de tudo para proteger o povo e a economia dos EUA.
- O tamanho do problema hoje ainda ofusca totalmente a política de reação - afirmou.
Outro especialista, Stephen Flynn, do Conselho de Relações Exteriores, enumerou várias falhas na segurança do comércio e da navegação globais. Flynn, ex-comandante da Guarda Costeira, disse que o país está "com os dias contados" para evitar que uma chamada bomba suja (que mistura explosivos comuns e material nuclear) atinja um centro financeiro ou um bairro residencial, o que poderia abalar a economia.
Kean e Flynn depuseram à Subcomissão Permanente de Investigações do Senado, um dia depois de o governo divulgar um relatório segundo o qual, quatro anos após os ataques de 2001, investigadores federais à paisana conseguiram entrar nos EUA com material radiativo suficiente para duas bombas sujas.
Os detectores de radiação localizaram o material em carros que entraram pelo México e pelo Canadá em dezembro de 2005, mas as patrulhas fronteirias não perceberam que as autorizações de transporte eram falsificadas, segundo o relatório do Departamento de Contas do Governo.
A comissão chefiada por Kean foi dissolvida em 2004 após realizar uma exaustiva investigação sobre os ataques. Mas seus dez membros permanecem ativos na promoção de melhorias na defesa nacional.
Uma bomba suja pode matar pessoas nos arredores imediatos e espalhar material radiativo, tornando a rea inabit vel. Tamb m pode provocar enormes preju!zos econ micos, devido prov vel interdiao de portos e rotas de transportes, a exemplo do que aconteceu com o tr fego a reo no 11 de Setembro.
- Não estamos agindo como uma nação em guerra - disse Flynn, acrescentando que os planos de segurança não aproveitam toda a tecnologia disponível nem os incentivos ao setor privado para a eliminação das falhas.
O senador democrata Carl Levin lembrou que uma bomba nuclear seria muito mais devastadora do que uma bomba suja. Uma pequena quantidade de plutônio - menor que o volume de um copo que o senador mostrou - pode devastar uma cidade inteira e matar milhões de pessoas.
Seu colega Norm Coleman, republicano, disse que a falta de sensores para material nuclear em portos marítimos "é um enorme ponto cego".
Kean reconheceu que um ataque nuclear é menos provável do que outras ações, como as explosões em trens, metrôs e ônibus de Madri e Londres.
- Mas um evento nuclear é possível, e teria consequências profundas e incalculáveis. Por que o presidente nao está falando mais frequentemente sobre a segurança de materiais nucleares? Por que o Congresso nao está focado nisso? Por que as ondas de rádio não estão cheias de comentários, se todos concordam que a encruzilhada entre terrorismo e armas nucleares é a ameaça mais séria à nossa segurança?
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