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O líder da Líbia, Muamar Kadafi, apareceu na televisão estatal na terça-feira (horário local) e desafiou os manifestantes que protestam contra seu governo de 41 anos.

"Quero mostrar que estou em Trípoli e não na Venezuela", disse ele à TV estatal, que informou que o líder estava do lado de fora de sua casa.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague, afirmou ter obtido informações que indicavam que Kadafi estaria a caminho da Venezuela, o que foi negado posteriormente pelo país sul-americano.

Kadafi, em sua primeira aparição na TV desde que iniciaram os protestos para derrubá-lo, na semana passada, estava segurando um guarda-chuva e encostado numa van.

"Queria dizer algo aos jovens na Praça Verde (em Trípoli) e ficar até tarde com eles, mas começou a chover. Obrigado Deus, isso é uma coisa boa", disse na declaração de 22 segundos.

A TV estatal havia mostrado que manifestantes pró-governo estavam ocupando a Praça Verde, no centro de Trípoli.

Manifestações na Líbia pela saída de Gaddafi deixaram várias pessoas mortas, segundo relatos de testemunhas, após confrontos com as forças de segurança.

A entidade Human Rights Watch disse que pelo menos 223 pessoas morreram em cinco dias de violência, mas grupos de oposição garantem que a cifra é muito maior.

Os protestos, inspirados nas ondas de manifestações que recentemente derrubaram os presidentes dos vizinhos Tunísia e Egito, começaram no leste da Líbia, e na segunda-feira se espalharam para Trípoli.

Moradores relataram ter ouvido tiros em parte da cidade, e um ativista político afirmou que aviões bombardearam a cidade. Já a TV estatal mostrou uma manifestação de partidários de Kadafi, no poder desde 1969.

Um filho do líder líbio, Saif al-Islam Gaddafi, disse que os ataques aéreos tinham como alvo depósitos de munições e não áreas povoadas de Trípoli e Benghazi.

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