Manifestantes pediam a liberdade de López pouco antes do julgamento que o condenou a 13 anos de prisão| Foto: CARLOS GARCIA RAWLINS/REUTERS

O líder oposicionista venezuelano Leopoldo López, dirigente do partido Vontade Popular, que está preso havia mais de um ano, foi condenado na noite desta quinta-feira (10) a 13 anos, 9 meses, 7 dias e 12 horas de prisão.

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López cumprirá a pena na prisão militar de Ramo Verde, onde está detido desde 18 de fevereiro do ano passado.

A juíza Susana Barreiros declarou López culpado pelos quatro crimes de que era acusado durante as manifestações contra o governo realizadas em 12 de fevereiro do ano passado.

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A principal acusação contra ele era a de incitar a população a participar dos atos, que se tornaram violentos e acabaram provocando a morte de 43 pessoas.

Em sua defesa durante o julgamento, o ex-prefeito do município de Chacao disse à juíza Susana Barreiros, que, se fosse libertado, poderia ir ao aniversário de sua filha Manuela, pediria novamente em casamento a sua mulher, Lilian Tintori, e iria percorrer toda a Venezuela.

Confronto

Durante o dia, enquanto ocorria o julgamento, simpatizantes de López e do governo de Nicolás Maduro entraram em conflito diante do tribunal, em Caracas.

Os partidários de López protestavam em frente ao edifício do Tribunal Supremo de Justiça à espera do veredicto.

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Por volta do meio-dia, apoiadores do governo chavista, alguns vestindo camisas vermelhas, aproximaram-se do local e começaram a gritar que López é um “terrorista” e um “assassino”.

Alguns deles queimaram a bandeira cor de laranja do partido do ex-prefeito de Chacao e atiraram paus e garrafas contra Lilian Tintori, que entrou na sede do tribunal escoltada por forças policiais.

A polícia, porém, não evitou confrontos entre manifestantes, e pelo menos duas mulheres ficaram feridas.

Morte

Mais tarde, em sua conta na rede social Twitter, o Vontade Popular acusou os governistas de provocarem o infarto que matou um ativista do Vontade Popular chamado Horacio Blanco, de 66 anos, pouco depois do início dos confrontos.

O partido culpou pela morte o presidente Maduro e a candidata ao Legislativo Jacqueline Faría, que convocou os chavistas para que comparecessem ao tribunal e pedissem a condenação de López.

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O médico que atendeu Blanco, no entanto, afirmou que a causa da morte não estava clara, segundo relato da agência Associated Press.

Durante suas declarações no julgamento, López pediu um minuto de silêncio por Horácio Blanco. O oposicionista nega as acusações, e seus apoiadores atribuem a maioria das mortes no país em 2014 à ação violenta de governistas.

Os três estudantes que também eram julgados foram condenados, mas não serão presos.

Cristian Holdack cumprirá prisão domiciliar. Ángel González e Demián Martín não serão detidos porque a pena imposta, de quatro anos, é menor que o limite exigido para cumpri-la em prisão.