O líder do partido de oposição venezuelano Primeiro Justiça, Julio Borges, prepara projeto de lei, que, se aprovado, proibirá o presidente Hugo Chávez de continuar doando dinheiro a outros países. Até 2009, ele já teria "presenteado" governos alinhados com US$ 8 bilhões.
Borges explicou que o projeto deve ganhar impulso após as próximas eleições parlamentares, em setembro, já que hoje a maioria do Congresso é partidária de Chávez.
O dirigente exige que o presidente "explique ao país em sua mensagem anual ante a Assembleia Nacional com que direito doou, só em 2009, US$ 8.352.288 em quase 50 presentes outorgados a uns 20 países do mundo".
"É um crime contra o povo que o presidente siga decidindo distribuir o dinheiro dos venezuelanos a outras nações, enquanto que a nós impõe mais impostos, dívida e maior custo de vida", assinalou o líder da oposição.
Entre os países beneficiados pelas ajudas internacionais venezuelanas em 2009 estariam a Bolívia, a Nicarágua e Cuba, com a construção de obras de infraestrutura, e o Uruguai, com a doação de uma clínica contra o câncer.
Borges também entregou uma carta onde estão contabilizados gastos de US$ 61,448 bilhões em ajuda a 38 países latino-americanos, asiáticos, africanos e até mesmo aos Estados Unidos, onde a Venezuela mantém um programa de subsídio de gasolina em bairros pobres.
Anteriormente, Chávez já negou que as doações, investimentos e fornecimento de petróleo por bens e serviços a outros países sejam "presentes". Ele alega que se trata de solidariedade baseada em recursos "recuperados" através de maiores impostos a multinacionais petrolíferas.
"Há 100 anos a Venezuela começou a explorar petróleo e durante esses 100 anos deu-o de presente aos Estados Unidos. Agora não estamos presenteando nada, estamos compartilhando, como Cristo veio para partir o pão, e tirar da miséria as crianças de rua, os índios sem terra, os analfabetos. Isso é o que nós estamos fazendo, o resto não importa", disse Chávez, na Bolívia, em 2007.
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