A Nobel da Paz Suu Kyi volta ao trabalho, dois dias depois de sair da prisão| Foto: AFP PHOTO

Yangun - A ativista política e prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi disse ontem, dois dias depois de ser libertada de sua prisão domiciliar, que quer comandar uma "revolução não violenta" em Mianmar, a antiga Birmânia.

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Suu Kyi, que virou um ícone da democracia no país, disse à BBC, na sede do partido Liga Nacional pela Democracia (LDN), que tem certeza de que a democracia chegará a Mianmar e que aproveitará todas as oportunidades para negociar com integrantes da junta militar que governa o país. Ela foi libertada seis dias depois da primeira eleição realizada em Mianmar em 20 anos. Seu partido, o LDN, que ganhou a eleição anterior, mas foi impedido de assumir o governo pela junta militar, boicotou o novo pleito, acusado de fraude pela comunidade internacional.

A ativista retomou o trabalho ontem na sede do partido, no dia seguinte ao seu primeiro discurso político desde 2003. No domingo, ela havia pedido a união da oposição, dizendo que ouviria a todos antes de criar uma estratégia de atuação política.

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Repercussão

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse em um discurso na Câmara dos Comuns, em Londres, que a libertação da opositora birmanesa deve ser um primeiro passo no processo em direção à democracia em Mianmar. Cameron expressou sua satisfação pela libertação de Suu Kyi, cuja "tenacidade e valor frente à injustiça foi uma verdadeira inspiração".

"Falei com ela nesta manhã (ontem) para transmitir as felicitações de todos neste país por sua libertação e sua extraordinária posição no que diz respeito à democracia e aos direitos humanos", acrescentou o primeiro-ministro, que voltava de uma viagem à China e Coreia do Sul. "Agora devemos trabalhar para garantir que sua libertação seja seguida pela liberdade para outros dois mil presos políticos e seja o primeiro passo para que o povo da Birmânia possa eleger a pessoa que desejar para governar seu país", afirmou.