Um líder miliciano congolês conhecido como "Exterminador" ordenou que seus soldados, alguns deles crianças, cometessem massacres e estuprassem civis para disseminar o terror e ocupar territórios, disseram promotores ao Tribunal Penal Internacional na segunda-feira (10).
As acusações contra Bosco Ntaganda foram apresentadas nas audiências iniciais de um processo que é visto como um teste para a corte internacional, após vários casos conturbados. Ntaganda ainda não se declarou culpado ou inocente.
"Ele desempenhou um papel crucial em planejar ataques contra a população civil a fim de conquistar território", disse a procuradora-chefe Fatou Bensouda ao apresentar as alegações com base nas quais os juízes decidirão se Ntaganda deve ser levado a julgamento.
Ntaganda, um oficial militar de alta patente, é membro da etnia hema, acusado de cometer crimes contra a humanidade e crimes de guerra contra os lendus e outros grupos étnicos, na tentativa de expulsá-los da região de Ituri entre setembro de 2002 e setembro de 2003, segundo a promotora.