Um tribunal de Minsk, em Belarus, condenou à revelia nesta segunda-feira a exilada líder de oposição ao governo Sviatlana Tsikhanouskaya, com pena de 15 anos de prisão, pelo crime de conspiração para tomar o poder por vias anticonstitucionais.
De acordo com a agência bielorrussa de notícias "Belta", a justiça condenou outros quatro opositores exilados no mesmo caso, entre deles, o ex-ministro da Cultura Pavel Latushko, que é integrante do Conselho de Coordenação para uma transição democrática no país.
Latushko foi condenado a 18 anos de prisão, enquanto Maria Moroz, Olga Kovalkova e Sergei Dylevski a 12.
Todos os sentenciados estão exilados na Lituânia ou Polônia e foram julgados à revelia.
O tribunal considerou Tsikhanouskaya e os demais opositores culpados de terem tramado a tomada do poder do Estado de maneira inconstitucional, criado uma formação extremista e feito convocações públicas para chegar ao poder e cometer ações destinadas a abalar a segurança nacional de Belarus.
Além disso, foram sentenciados por ações deliberadas que teriam sido destinadas a incitar a inimizade social e a discórdia.
Tsikhanouskaya — que se considera a legítima vencedora das eleições presidenciais de 2020, que foram classificadas como fraudulentas pela oposição e pelo Ocidente, além de terem sido o estopim para os maiores protestos da história de Belarus —, afirmou anteriormente que o sistema judiciário do país "se tornou uma máquina de repressão e terror".
Hoje, através do canal que mantém no Instagram, a líder opositora minimizou a importância da sentença.
"Com ela ou sem ela, as forças democráticas e eu continuaremos fazendo tudo o que for possível para libertar nossos presos políticos e conseguir mudanças democráticas no nosso país.
Os protestos após as eleições presidenciais, em que Alexandr Lukashenko obteve um sexto mandato, foram reprimidos de maneira violenta, inclusive, com denúncias de torturas.
Ao todo, existem 1.438 presos políticos em Belarus, entre blogueiros, empresários, ativistas, manifestantes e aspirantes a candidatos presidenciais, como o marido de Tsikhanouskaya, Syarhei Tsikhanouski, segundo informou a ONG de defesa dos direitos humanos Vesna.
Em dezembro passado, Lukashenko comutou ou reduziu as penas de 4,5 mil presos, em meio a promulgação de uma lei de anistia, mas nenhum deles havia sido detido nos protestos contra a fraude eleitoral.
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