O líder do partido neonazista grego Aurora Dourada, Nikolaos Michaloliakos, foi colocado nesta quinta-feira (3) em prisão preventiva sob acusação de ter comandado pessoalmente as ações criminosas da organização. A decisão judicial ocorre no momento em que as autoridades gregas iniciaram uma operação para desmantelar a legenda, após o assassinato do músico antifascista Pavlos Fyssas por um membro do Aurora Dourada. É a primeira vez que um líder de um partido eleito é preso no país desde o golpe militar há quase cinco décadas.
A prisão de Mihaloliakos, que assistiu ao apoio do seu partido minguar após a morte do rapper, é um alívio para o governo do primeiro-ministro Antonis Samaras, que prometeu liquidar o partido e chamou seus membros de "uma gangue de neonazistas".
Na quarta-feira, depois de uma maratona de 18 horas de audiência, outros quatro deputados do partido foram indiciados por formação de quadrilha. Três deles foram libertados sob fiança e estão proibidos de deixar o país. O quarto, Yanis Lagós, teve a prisão preventiva decretada por envolvimento no assassinato de Fyssas, no último dia 18.
Insatisfeito com a decisão judicial que libertou os três altos membros do Aurora Dourada na quarta-feira, o governo saudou o veredicto desta quinta-feira como "o confronto mais dinâmico com uma gangue criminosa neonazista na Europa".
Após uma onda de violentos protestos pelo assassinato do músico, Samaras anunciou que seu governo está tentando banir completamente o partido de extrema-direita. O governo também submeteu ao Parlamento uma proposta para cortar verbas do Aurora Dourada, já que a legislação prevê o fim do financiamento caso líderes de uma legenda ou seus parlamentares sejam processados por algum crime.
Durante a investigação, a polícia encontrou armas sem licença na casa de Mihaloliakos, que serão submetidas a testes balísticos. Objetos nazistas, bandeiras, capacetes com suásticas e retratos de Adolf Hitler foram encontrados nos locais onde integrantes do partido foram presos. Eles negam, porém, qualquer elo com o neonazismo. Segundo o Aurora Dourada, todas as acusações são fruto de mera perseguição política.
