Mesmo se os democratas conquistarem o controle do Congresso norte-americano, é improvável uma mudança imediata na política dos EUA no Iraque, disse neste domingo o presidente do partido, Howard Dean.
Respondendo a acusações da campanha dos republicanos de que os democratas ``cortariam e correriam'' do Iraque, Dean afirmou não acreditar que deva haver uma retirada repentina de todas as tropas.
``O presidente continuará no comando da política externa e do Exército. Não imagino que seremos capazes de forçá-lo a reverter o seu caminho'', disse ele à rede de TV CBS.
``Mas nós o pressionaremos a adotar alguns parâmetros, alguns cronogramas e um plano real em vez de continuar no curso que está'', acrescentou.
Com a ameaça da perda do controle republicano do Congresso nas eleições de 7 de novembro, políticos dos dois partidos têm pedido a George W. Bush mudanças na sua estratégia de guerra.
Alguns democratas pediram um cronograma de retirada, idéia rejeitada pelo presidente.
O Congresso terá alguma influência sobre a formulação da política no Iraque com a divulgação, um dia após a eleição, do relatório do Grupo de Estudo do Iraque, uma comissão bipartidária que é liderada pelo ex-secretário de Estado James Baker.
Dean afirmou que um pequeno contingente dos EUA deve ser mantido em algum lugar próximo ao Iraque para evitar que a região vire um porto seguro para terroristas.
``Teremos de deixar uma força de operações especiais no Oriente Médio, não no Iraque mas na periferia do Iraque, para que possamos lidar com o terrorismo de forma rápida'', observou Dean.
``Não acreditamos agora que devemos subitamente retirar todo mundo'', acrescentou.
Até agora, 99 soldados dos EUA morreram no Iraque neste mês de outubro, o pior mês em quase dois anos. Caso o total chegue a 100, será um marco indesejado que fará as manchetes na véspera da eleição.
Muitos americanos se dizem cansados da guerra, mas os republicanos argumentam que uma retirada dos EUA antes que o Iraque seja estabilizado fará do país um berço de terroristas para ataques contra os americanos.
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