Sacos de areia usados para fazer uma barricada na Praça Tahrir servem de banco para um manifestante de rosto pintado com as cores da bandeira do Egito| Foto: Asmaa Waguih/Reuters

EUA elogiam plano egípcio de eleições

A Casa Branca afirmou que o plano do Egito de convocar eleições para o começo do próximo ano "é um sinal positivo". O porta-voz do presidente Barack Obama, Jay Carney, disse ontem que a Casa Branca está "cautelosamente animada" com anúncio de um plano para a retomada de um governo democraticamente eleito no Egito.

Carney disse que todos os partidos serão incluídos no processo eleitoral. O presidente interino do Egito anunciou na segunda-feira que um referendo para uma nova Constituição será realizado em quatro meses, e que eleições parlamentares estão programadas para dois meses depois.

Golpe?

Carney disse que a administração de Obama ainda não conseguiu determinar se a derrubada do presidente Mohamed Mursi do poder é um golpe. Ele disse que os Estados Unidos não querem alterar de imediato a ajuda ao país.

Agência Estado

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Ex-ministro da Economia, El-­Beblawi tem fama de liberal; Mohamed ElBaradei recebeu o Nobel da Paz em 2005
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Após racha político e anúncios desmentidos, foram nomeados ontem o primeiro-ministro e o vice-presidente do governo interino do Egito.

O economista liberal e ex-ministro das Finanças Hazem el-Beblawi ocupará o cargo de premiê, enquanto a Vice-Presidência caberá ao prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei.

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ElBaradei havia sido anunciado premiê no sábado pela mídia estatal, mas sua nomeação encontrou a resistência do partido Al-Nur. O fundador do movimento de oposição Kefaya disse, na ocasião, que o partido salafista estava irritado com o fechamento dos canais islamitas no Egito.

Os anúncios, rumores e mudanças de posição durante os últimos dias deram testemunho das dificuldades na formação do governo interino que substituiu o presidente islamita Mohammed Mursi, deposto no último dia 3 após um golpe militar.

Não

A Irmandade Muçulmana rejeitou ontem um decreto emitido pelo presidente interino durante a noite do dia anterior, que estabeleceu um calendário de seis meses para novas eleições. Para o político Essam El-Erian, o decreto lido por Mansur tem o objetivo de "usurpar o poder legislativo".

O documento apela para dois comitês designados para fazer emendas à Constituição, elaborada pelo governo islâmico deposto. Segundo o decreto emitido por Mansur, o Egito irá realizar novas votações uma vez que as alterações à sua constituição suspensa forem aprovadas em um referendo e assim que a Câmara Legislativa for formada. As mudanças serão submetidas a um referendo popular, que deve acontecer em aproximadamente quatro meses.

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O movimento de oposição Tamarod, que reuniu 22 milhões de assinaturas contra Mursi e mobilizou multidões nas semanas anteriores, havia criticado o decreto na segunda-feira, afirmando que demonstra ter ares "ditatoriais".

"É impossível aceitar [a declaração constitucional], pois funda uma nova ditadura", a organização publicou em sua conta na rede de microblogs Twitter.

Em grave crise econômica – uma das razões das manifestações em massa contra o governo da Irmandade Muçulmana – o Egito deve receber ajuda dos Emirados Árabes e da Arábia Saudita, de acordo com informações da agência de notícias Reuters.

Os Emirados dariam US$ 1 bilhão e emprestariam outros US$ 2 bilhões aos egípcios, enquanto as autoridades sauditas ofereceriam um pacote de US$ 5 bilhões.

Não há informações detalhadas sobre as condições para as transações.

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US$ 3 bilhões de socorro para o governo egípcio foram anunciados pelos Emirados Árabes. Assim como a Arábia Saudita, os Emirados são um dos maiores críticos à Irmandade Muçulmana, partido que apoia Mursi. As ajudas são sinal de que a política entre os países do Golfo mudará.

US$ 5 bilhões foram prometidos de ajuda pela Arábia Saudita para o Egito, segundo o ministro de Finanças da Arábia Saudita, Ibrahim al-Assaf, incluindo doações e empréstimos ao novo governo egípcio. Esta é a segunda promessa de ajuda ao Egito após a deposição de Mohamed Mursi, na semana passada.