O líder do Estado Islâmico Abu Bakr al-Baghdadi, um dos terroristas mais procurados do mundo, foi alvo de uma operação militar na Síria conduzida pelos Estados Unidos na noite de sábado (26). Segundo relatos colhidos por agências de notícias, ele teria se suicidado após uma emboscada, detonando um colete explosivo.
A informação foi confirmada pelo presidente norte-americano Donald Trump em coletiva na Casa Branca neste domingo. Ele destacou o trabalho militar realizado. "As forças especiais de operação dos Estados Unidos executaram uma incursão perigosa e arriscada no Noroeste da Síria e a realizaram em grande estilo. Não tivemos perdas humanas, enquanto vários combatentes de Baghdadi foram mortos com ele", declarou.
Segundo Trump, o líder do Estado Islâmico estava sob vigilância há algumas semanas, e duas ou três missões foram abortadas antes de esta última ser lançada. Na coletiva, o norte-americano agradeceu a Rússia, Turquia, Síria, Iraque e curdos sírios por terem ajudado na missão.
"Ele era o fundador e líder do Estado Islâmico, a mais cruel e violenta organização terrorista do mundo. Os Estados Unidos estavam buscando por Baghdadi há muitos anos. Capturá-lo ou matá-lo era a prioridade de segurança nacional número um da minha administração", relatou.
Trump deu detalhes do momento da morte. "Ele morreu após correr para um túnel sem saída, chorando e gritando por todo o caminho. Onze crianças foram retiradas para fora da casa e não foram feridas. Ele levou três crianças consigo, as levou para a morte certa. Ele chegou ao fim do túnel enquanto nossos cachorros o perseguiam. Ele acionou a bomba, matando a si e as três crianças. Seu corpo foi mutilado pela explosão", descreveu.
Duas esposas também morreram na operação, mas não houve detalhes de como isso ocorreu. Segundo o relato de Trump, elas também usavam coletes explosivos, mas estes não foram detonados.
Em entrevista gravada antes da coletiva de Trump, o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, disse à rede CNN que os soldados da operação fizeram a proposta para Baghdadi se render, mas ele se recusou. Na semana que se passou, Trump foi informado sobre a operação, e autorizou a captura e caso fosse necessário, a execução do terrorista, disse Esper. Ele disse que houve dois casos de ferimentos leves em soldados norte-americanos.
Impacto sobre os terroristas
Antes da coletiva de Trump, o correspondente internacional da CNN em Beirute, Ben Wedeman, publicou uma análise observando que a morte de Baghdadi é um golpe no Estado Islâmico, mas sem potencial para exterminá-lo de vez. Ele destacou que a organização terrorista atua em várias partes do Oeste da África, Líbia, Sinai (Egito), Afeganistão e Filipinas, e tem seguidores por todo o mundo, como na Europa, além de contar com uma força estimada de 14 mil a 18 mil combatentes na Síria e no Iraque, conforme relatório do Pentágono divulgado em agosto.
Wedeman, que já entrevistou dezenas de combatentes do Estado Islâmico, afirmou que a lealdade deles era direcionada à causa, e não à liderança de Baghdadi, que se manteve discreto nos últimos anos. "Ele nunca chegou ao nível de liderança exercido por Osama bin Laden sobre a Al-Qaeda", exemplificou.
O secretário de Defesa dos EUA, por sua vez, afirmou que a morte do terrorista na noite de sábado foi um "golpe devastador" sobre a organização. Mas ele destacou que as forças norte-americanas continuarão de sobreaviso. "Nós vamos observar atentamente os próximos passos. E se um novo líder ou líderes surgirem, nós iremos atrás deles também", disse à CNN.
Outros analistas destacam que a morte de Baghdadi vai render frutos para Trump, que foi muito criticado internamente e no exterior após decidir retirar as tropas norte-americanas da Síria no início de outubro.
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