O Hamas vê a existência de Israel como fato consumado, afirmou à Reuters na quarta-feira o líder exilado do grupo radical Khaled Meshaal, amenizando a posição da organização de se recusar a reconhecer o Estado judaico.
Israel é uma ``realidade'' e ``continuará existindo um Estado chamado Israel, isso é fato'', disse Meshaal numa entrevista.
``O problema não é que exista uma entidade chamada Israel'', afirmou ele. ``O problema é que o Estado palestino não existe.''
Israel e governos ocidentais impuseram sanções financeiras pesadas ao governo palestino liderado pelo Hamas pela recusa do grupo em reconhecer Israel, em abrir mão da violência e em aceitar os acordos de paz preexistentes.
Meshaal disse que o Hamas vai continuar desafiando as condições impostas pelo Ocidente, recusando-se a reconhecer formalmente o Estado judaico enquanto não for atendida a reivindicação por um Estado palestino.
O Hamas quer um Estado palestino que inclua a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, e que inclua o direito dos refugiados palestinos de retornar a suas casas, de onde foram desalojados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e antes disso.
``Como palestino, hoje, falo da exigência árabe e palestina de um Estado com as fronteiras de 1967. É verdade que na realidade haverá uma entidade ou Estado chamado Israel no restante das terras palestinas'', disse Meshaal. ``Isso é uma realidade, mas não tratarei dela em termos de reconhecê-la ou admiti-la.''