Líder político do Hamas, Ismail Haniyeh: grupo estuda proposta de trégua, mas impõe medidas inviáveis para Israel| Foto: EFE/EPA/Ministério das Relações Exteriores do Irã
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O chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou nesta terça-feira (30) que o grupo está estudando a proposta de acordo que lhe foi apresentada pelo Catar, país mediador, e que responderá em breve, embora tenha exigido a retirada total do tropas de Israel da Faixa de Gaza.

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“O movimento está aberto a discutir qualquer iniciativa ou ideia séria e prática, desde que conduza a uma cessação integral da agressão”, disse Haniyeh em um comunicado divulgado pela organização terrorista.

Os chefes dos serviços secretos de Israel, dos Estados Unidos e do Egito, bem como o primeiro-ministro do Catar, alcançaram nesta segunda (29), depois de se reunirem em Paris durante dois dias, uma proposta de acordo para uma nova trégua e uma troca de reféns por prisioneiros palestinos, iniciativa que foi repassada ontem à noite para a liderança política do Hamas.

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Haniyeh, que vive em auto-exílio no Catar há anos, confirmou que o grupo recebeu a proposta e que em breve apresentará sua resposta baseada na prioridade de parar a "agressão" contra Gaza e na retirada completa das tropas da Faixa.

O líder do Hamas afirmou ainda que qualquer acordo com Israel deve garantir o regresso às suas casas dos quase dois milhões de habitantes de Gaza que estão deslocados pela violência, a maioria deles na área de Rafah, na fronteira com o Egito.

Além disso, Haniyeh exigiu um processo sério de troca de prisioneiros, depois que no acordo de trégua anterior, alcançado em novembro e que durou uma semana, o Hamas entregou 105 reféns em troca da libertação de 240 presos palestinos.

O líder do Hamas também confirmou que a liderança do grupo foi convidada ao Cairo para discutir o projeto de acordo alcançado na reunião de Paris, bem como os requisitos para sua implementação.

Após a reunião em Paris, EUA e Catar mostraram-se otimistas quanto às possibilidades de chegar a um acordo, embora Israel tenha frisado que o caminho para um acordo é longo e lamentado que houvesse “aspectos inaceitáveis” na proposta, em referência à exigência da retirada total das suas tropas e do fim da guerra.

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O governo israelense não está disposto a parar a guerra, apesar da crescente pressão das famílias dos sequestrados para negociarem um acordo a qualquer preço para a libertação dos 132 reféns que permanecem no interior da Faixa, dos quais se estima que 28 estariam mortos.

Na primeira trégua, realizada no ano passado, Israel afirmou que a milícia palestina não obedeceu o cessar-fogo temporário, o que levou ao fim do acordo entre os lados do conflito e continuidade das operações.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]