O líder do Hamas, Khaled Meshaal, deixou Gaza nesta segunda-feira (10), através do posto fronteiriço com o Egito, em Rafah, colocando fim a sua histórica visita de quatro dias à faixa, na qual pisou em solo palestino pela primeira vez desde que abandonou a Cisjordânia, quando era criança.
Meshaal dedicou a jornada para visitar familiares de vítimas da ofensiva israelense em Gaza, no mês passado, entre eles líderes do Hamas, na qual morreram 177 palestinos e seis israelenses.
O chefe político do movimento, que vive em exílio, participou do ato que marcou o 25º aniversário do Hamas, com discurso no qual falou em "libertar toda a Palestina". Além disso, Meshaal completou com a intenção de "não ceder um milímetro desde o Rio Jordão até o Mediterrâneo", o que inclui o Estado de Israel.
As palavras encontraram reação na classe política israelense, que interpretou a promessa da libertação da Palestina como prova da "verdadeira face" do Hamas, nas palavras do presidente Shimon Peres.
Mais radical foi Shaul Mofaz, líder do partido de centro-direita Kadima, que chegou a lamentar não que não se aproveitou a presença de Meshaal em Gaza para "cortar sua cabeça".
Ontem, Meshaal insistiu na necessidade de uma "autêntica reconciliação" com o Fatah, outra grande facção palestina, liderada por Mahmoud Abbas e que governa na Cisjordânia.
"Estou em contato direto com o presidente Abbas e com os (mediadores) egípcios para culminar uma autêntica reconciliação", disse em encontro com representantes de diferentes movimentos palestinos.
Na sua chegada, sexta-feira, Meshaal chorou ao beijar a terra palestina pela primeira vez desde que tinha 11 anos, quando sua família se tornou refugiada na Guerra dos Seis Dias de 1967.
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