O presidente do partido de direita espanhol Vox, Santiago Abascal, visitou nesta terça-feira (28) em Jerusalém o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para manifestar apoio a ele e alegar que o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, que hoje assinou o reconhecimento da Palestina como Estado independente, não representa por si só o país europeu.
De acordo com um comunicado divulgado pelo Vox, Netanyahu e o político espanhol se reuniram por mais de uma hora no escritório do primeiro-ministro, que descreveu como “exemplar a defesa do Estado de Israel por Abascal”.
A visita de Abascal ocorre no momento de maior tensão entre os dois países, após o reconhecimento do Estado palestino pela Espanha nesta terça-feira. Pouco depois desse anúncio, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, acusou Pedro Sánchez de ser “cúmplice no incitamento ao genocídio judeu” ao reconhecer o Estado palestino.
Na reunião com Netanyahu, Abascal transmitiu a Netanyahu o apoio ao povo de Israel por parte do seu partido, que reconhece seu direito de se defender.
“Pedro Sánchez não é a Espanha”, afirmou Abascal durante a reunião ao se referir ao chefe do governo espanhol, que em sua opinião está “encobrindo seus casos de corrupção política e econômica com o reconhecimento do Estado palestino”.
De acordo com o comunicado do Vox, Abascal disse que “enquanto houver um único refém nas mãos do Hamas e até que a organização terrorista desapareça, ninguém tem o direito de pedir a Israel que renuncie às suas operações de autodefesa”, elogiando sua “firmeza”, mesmo diante de “supostos aliados que querem deixá-lo indefeso diante da ofensiva terrorista”.
Por sua vez, Netanyahu “lamentou a imensa intoxicação que domina a cobertura da imprensa sobre o conflito nos países ocidentais” e expressou confiança de que Abascal “reverterá as medidas hostis do governo Sánchez e o reconhecimento do Estado da Palestina” caso venha a governar a Espanha.
O primeiro-ministro israelense também reiterou o “apoio à soberania da nação espanhola” e minimizou “a importância de algumas vozes isoladas da oposição” em Israel, “que exigiram apoio aos separatistas na Espanha como retaliação”, afirma o comunicado.
“Israel mantém e manterá sua ajuda permanente e seu compromisso com a Europa e, obviamente, também com a Espanha na luta contra o terrorismo”, conclui o texto do Vox.
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